Quando até bem pouco a hegemonia política do Acre era pertencia ao PT e aos demais partidos da Frente Popular, os políticos da antiga oposição e hoje situação faziam severas críticas ao que chamavam de uso da estrutura da máquina pública – provocando um inchaço de gastos com pessoal - para abrigar aliados e, assim, usar tais ocupações como moeda de troca eleitoral.
Agora donos desta mesma hegemonia, os atuais mandatários do Acre - formado por políticos de partidos da direita e autodefinidos como conservadores nos costumes e liberais na economia - fazem o uso deste mesmo gigantismo estatal para acomodar seus apoiadores eleitorais.
Exemplo mais claro disso é o que acontece no Senado Federal, com as três cadeiras do estado na Casa ocupada por senadores da direita que pega carona na onda Jair Bolsonaro (PSL).
O novato Márcio Bittar (MDB), como referência, que se apresenta como liberal do ponto de vista econômico e defensor do estado mínimo, usa dessa mesma estrutura estatal para deixar muito bem acomodados seus aliados.
Segundo o portal da transparência do Senado, o emedebista abriga um exército de 38 assessores em seu gabinete em Brasília e no Acre. O mesmo número tem a senadora Mailza Gomes (Progressistas), que assumiu o cargo no fim do ano passado com a renúncia de Gladson Cameli (Progressistas) para ser empossado no governo do estado.
O que tem o maior número de pendurados na estrutura do Senado é o primeiro-secretário da Casa, Sérgio Petecão (PSD): 41 pessoas entre Brasília e o Acre.
Todo este aparato de assessores é questionável ante o momento de crise por que passam as contas públicas do país. Eles, que no passado tanto criticavam o gigantismo estatal praticado pelos petistas, adotam a mesma medida e não dão exemplo de contribuir para reduzir as despesas do erário, sobrando mais recursos para aplicar na saúde, educação, infraestrutura e outros.
Cabide de emprego no Senado:
Mailza Gomes (Progressistas): 15 assessores em Brasília
No Acre: 23 assessores
Márcio Bittar (MDB): 21 assessores em Brasília
No Acre: 17 assessores
Sérgio Petecão (PSD): 15 assessores em Brasília
No Acre: 26 assessores