Uma reportagem publicada pelo jornal El Comercio, do Peru, mostra que a rota Cruzeiro do Sul/Pucallpa pode ser utilizada pelo crime organizado, se não levar em consideração estudos de impactos sociais e políticas antidrogas.
O material jornalístico destaca que a facção carioca Comando Vermelho seria uma das detentoras dessa rota, caso a estrada saia do papel do lado peruano e do outro lado da fronteira, no Brasil. A estrada facilitaria a atuação de duas atividades ilícitas: cocaleira (cocaína) e a mineira, que atua n o rio Abujão, no Peru.
A pesquisa pela Fundação para a Conservação e o Desenvolvimento Sustentável (FCDS Peru) mostra que a rodovia colocaria o Acre em conexão direta com zonas produtoras de cocaína.
“Na zona cocaleira de Callería e na zona mineira do rio Abujao também existiria uma rota de abastecimento. Isto também pode estar relacionado com as áreas de cultivo de coca de Huallaga (San Martín-Huánuco), Contamana (Loreto), Aguaytía, Callería e Bajo Ucayali (Ucayali); e Pichis-Palcazu, Pachitea (Huánuco-Pasco). Mais uma vez, o Comando Vermelho marcaria presença no local, beneficiando-se logisticamente”, diz El Comercio.
Entre as cinco rotas que o Peru estuda executar a longo prazo, há mais uma que ligaria ao Acre, a rota Pucallpa – Puero Breu. A respeito dessa, El Comercio descreveu: “melhoraria a rota de exportação para o Acre. Facilitaria a expansão dos campos de coca em seu entorno e ajudaria na movimentação de insumos químicos de Pucallpa para áreas de cultivo de coca como Contamana (Loreto); Aguaytía, Callería, Bajo Ucayali, Sepahua-Mishahua (Ucayali); Huallaga (San Martín-Huánuco), Pichis-Palcazu-Pachitea (Huánuco-Pasco); Vraem, La Convención-Lares (Cusco)”.