O deputado estadual Edvaldo Magalhães voltou a falar a respeito da ‘Máfia dos Consignados’, que consiste na alteração da matrícula de servidores temporários e comissionados para efetivos e assim acessar empréstimos juntos correspondentes bancários. De acordo com a denúncia, a fraude é operada dentro da plataforma Fênix Soft, com participação de agentes públicos do governo do Estado.
Edvaldo Magalhães foi o entrevistado do programa Gazeta Entrevista desta sexta-feira (20), apresentado pelo jornalista Itaan Arruda. O parlamentar disse que os operadores da máfia cobram uma espécie de propina de 35% a 50% do valor contratado ao servidor, que acaba sendo uma vítima do processo fraudulento.
“O servidor utilizado, ele vai ficar no eterno prejuízo. Este, a vida dele, do ponto de vista de ser alguém adimplente para fazer qualquer tipo de crédito, enquanto ele não pagar uma conta, que ele não vai ter condição de pagar, ele vai ficar no eterno prejuízo. Ele foi usado. Segundo: o servidor efetivo que não participou da fraude já está pagando, já está entrando no prejuízo, porque o empréstimo consignado no Acre está ficando caro pelo nível elevado da inadimplência”, explicou ao demonstrar o interesse público e a necessidade da Assembleia Legislativa mergulhar no assunto.
E reforçou: “Você tinha um empréstimo que era o mais barato da praça, porque o consignado é muito seguro. O consignado para quem empresta o dinheiro é risco zero, só se o cara morrer. O sistema financeiro paga a conta, só que ele cobra dos correspondentes financeiros. Tem trabalhadores, prestadores de serviços, que são esses correspondentes bancários e financeiras, que vão sair do mercado, se inviabilizar como empresa. Serão novos desempregados em função dessa fraude”, apontou.
Ainda de acordo com o parlamentar, é muito difícil essas denúncias não serem de conhecimento do governo do Estado, isso porque os próprios, como o Banco do Brasil, que administra a folha do Estado, ao perceber movimentações atípicas, certamente informam à cúpula do governo para que adote providências.
“Eu acredito que o coração do governo sabe disso. A pergunta que nós precisamos fazer, e eu não posso acusar que não fez, e de que: ‘quais foram as providências?’. A fraude está tão profunda e ela continua ocorrendo. Neste momento, alguém que mudou de matrícula, que deixou de ser servidor temporário para ser efetivo, deve estar fazendo uma operação”, citou.
Ao finalizar, o parlamentar disse que apresentou um requerimento, que deve ser votado na próxima semana, solicitando uma audiência pública que vai reunir representantes da Fênix Soft e os secretários de Estado, Ricardo Brandão (Planejamento), e Paulo Roberto Correia (Administração), além de representantes dos correspondentes bancários.