O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) simplesmente pautou a abertura dos trabalhos legislativos nesta terça-feira, 20, ao reacender a decisão de prorrogação do prazo de 180 dias acerca das medidas cautelares impostas aos investigados da Operação Ptolomeu, que pesam sobre o governador Gladson Cameli, alguns de seus familiares e parte de seu secretariado, afastado por força de decisão judicial.
Em sua fala, o parlamentar convidou a população para que debruçasse a ler os autos do processo e classificou os indícios de “esquema amador” de corrupção praticados por “chantagista”, em áudios vazados supostamente destinados ao governador Gladson Cameli.
Edvaldo disse que, embora o parlamento não tenha debatido a operação comandada pela PF, “nos bastidores da Casa” o assunto está quente e o comparou a uma bola de fogo. “Entre nós colegas esse tema está quente. Ele está pulando em cima das mesas. É como uma bola de fogo. Que ninguém quer se abraçar com ela porque queima as mãos. É um problema grave!”, disse o comunista.
Para o parlamentar, há provas robustas de corrupção no relatório parcial apresentado pela PF. Em tom de preocupação, Magalhães afirma que vê com a prorrogação dos 180 dias para o Estado do Acre”, uma vez que as empresas envolvidas estão proibidas de executar o contratado, o que paralisa as obras.
“Tem até ameaça de delação pra tirar proveito. Eu sou daqueles que chantagistas deveriam ser denunciados e punidos. Mas há ameaças. Todo mundo sabe disso. Então tem ameaças. Clima de intranquilidade. Não falo isso com regozijo. Não falo isso por querer um clima de intranquilidade, pois isso prejudica o estado. Prejudica a governança”.
Em outro trecho de sua fala, o deputado disse que “a traquinagem foi tanta que há um excesso de serviços a ser feito pela Polícia Federal. “O ambiente não é de tranquilidade nesse momento e, eu não fico feliz, por isso”, encerrou.
Na sequência, os deputados Tanízio Sá (MDB) e Marcus Cavalcante (PTB) saíram na defesa do governador alegando que não havia ainda “sequer indiciamento” e que a prorrogação de prazo representa mais uma tentativa de incriminar o governador Gadson Cameli.