Evo Morales renunciou ao cargo de presidente da Bolívia. Em pronunciamento feito de Chimboré, na província de Cochabamba, diz que o faz para que os opositores parem de cometer violências contra seus apoiadores.
No pronunciamento, acompanhado de seu vice-presidente, Alvaro Garcia Linera, Morales acusou Carlos Mesa e outros líderes da oposição de cometerem um golpe de Estado.
Cerca de uma hora antes, o comando das Forças Armadas da Bolívia e os chefes de polícia haviam feito anúncios pedindo a renúncia de Morales.
A decisão de Evo Morales ocorre vinte dias após a votação que teria lhe garantido o quatro mandato consecutivo à frente do governo boliviano já no primeiro turno, vencendo o opositor e ex-presidente Carlos Mesa.
O resultado das eleições de 20 de outubro, no entanto, foram contestados pela oposição e deflagraram grandes protestos contra e a favor de Morales.
Os confrontos entre partidários e opositores do presidente se intensificaram na última semana.
Motins em quartéis e auditoria
No sábado (9), houve notícias de motins em quartéis de polícia. No domingo, a auditoria eleitoral feita pela OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou a existência de indícios de fraude. De imediato, Morales foi à TV para anunciar que aceitava o resultado da auditoria e convocaria novas eleições.
À tarde, a movimentação nas ruas aumentou. Com a prisão de membros do Tribunal Supremo Eleitoral, acusados de envolvimento com as fraudes, e adesão das Forças Armadas, da Chefia de Polícia e da Defensoria Pública às pressões por renúncia, Morales partiu de avião de La Paz para Chimboré.