Alan García, ex-presidente do Peru, depois de ter atirado contra a própria cabeça diante de uma ordem de prisão preventiva emitida pela Justiça. Ele foi levado ao Hospital Casimiro Ulloa, mas não resistiu aos ferimentos após uma cirurgia.
“Nesta manhã ocorreu este lamentável acidente: o presidente tomou a decisão de atirar em si mesmo”, disse o advogado Erasmo Rayna para jornalistas no hospital. Ele também confirmou que o ex-presidente peruano passou por uma operação antes de morrer no local.
García era um dos quatro ex-chefes de Estado investigados no Peru por terem recebido subornos da construtora brasileira Odebrecht. A Justiça tinha determinado sua prisão preventiva por apenas dez dias.
– Caso García –
Na ocasião, a Justiça determinou que ele estaria impedido de sair do país por 18 meses.
A ordem de prisão contra García emitida nesta quinta-feira é de 10 dias e buscava, segundo o Ministério Público, coletar novos elementos na investigação diante de um eventual risco de fuga.
O ex-presidente permaneceu durante 16 dias na embaixada uruguaia, onde pediu asilo “ante a iminência de um mandado de prisão”.
Nas últimas semanas, García reiterou que “não há declaração, prova ou depósito que me ligue a qualquer ato criminoso, muito menos à empresa Odebrecht ou à realização de qualquer de suas obras”.
García também está sob a lupa por supostas propinas pagas pela Odebrecht para obter um contrato de construção para o metrô de Lima durante seu segundo mandato.
No ano passado, ele afirmou ser “perseguido politicamente”, mas sua versão foi rejeitada pela Justiça e pelo governo peruano.
O ex-presidente peruano está sujeito a uma investigação preliminar da acusação, mas ainda não é réu.
Segundo a promotoria, o então presidente García e 21 outras autoridades conspiraram para ajudar a empresa holandesa Terminal Multibancom, que venceu a licitação em 2011 para a concessão do Terminal Norte do porto de Callao, vizinho a Lima.
Ainda no escândalo da Odebrecht no Peru, os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), Ollanta Humala (2011-2016) e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018) também estão sendo investigados, e este último se encontra sob prisão preventiva até o dia 20 de abril, bem como a líder da oposição Keiko Fujimori, igualmente em prisão preventiva.