A convenção que oficializou as candidaturas de Mara Rocha ao governo do Acre e de Marcia Bittar (PL) ao Senado expôs uma guerra de interesses de alguns membros da executiva estadual dentro do MDB.
A negociação com o senador Marcio Bittar, o manda chuva do União Brasil, que não tem medido esforços para inserir a ex-mulher na política do Estado é apontada como pano de fundo no racha interno.
A maioria da executiva estadual do MDB, grupo conhecido como “os cabeças brancas” ignorou o apelo da militância e até mesmo da candidata Mara Rocha e barrou a candidatura de Flaviano Melo ao Senado.
A atitude dos dirigentes gerou descontentamento e levantou a suspeita de militantes "que rolou mala preta” para a compra de votos dos “cabeças brancas” emedebista para colocar Marcia Bittar na composição da chapa do MDB.
Os sinais de racha ficaram evidentes quando Marcia Bittar foi vaiada por emedebistas e Flaviano Melo discursou na convenção do partido e se retirou do local do evento levando uma multidão de militantes.
Flaviano Melo chegou a informar que não tinha interesse na vaga para disputar uma cadeira no Senado, mas diante do apelo da militância e da candidata ao governo Mara Rocha, ele aceitaria o desafio.
Após uma conversa onde Mara Rocha manifestou a vontade de ter Flaviano na chapa majoritária, ela levou a questão aos membros da executiva que colocaram o pé na parede e barram o presidente da sigla.
Procurado pela reportagem, Flaviano disse que sempre foi um soldado do partido e que estava disposto a encarar o desafio pela militância, mas que parte da executiva do MDB não tinha o mesmo pensamento.
Mesmo sendo acusado de traição por usar o MDB para conquistar dois mandatos e em seguida abandonar o partido, Marcio Bittar conseguiu apoio de Aldemir Lopes, dirigente que seria o padrinho de Marcia Bittar.
Lopes teria articulado os votos necessários para chancelar a candidatura de Marcia Bittar e frear os interesses de Flaviano Melo, que apesar da bagagem política sucumbiu a supostos interesses pessoais de dirigentes.