As exportações oriundas dos estados do Acre e Rondônia pelo corredor interoceânico Amazônia Ocidental cresceram 34% em 2022.
Os dados foram apresentados através do estudo sobre oportunidades comerciais entre Peru e Brasil, no encontro trinacional promovido pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Industria, Ciência e Tecnologia (Seict) em parceria com a Agência de Negócios do Acre (Anac) na noite desta quinta-feira, dia 3, na sala de integração e negócios da Federação da Indústria do Acre (Fieac), durante programação da Expoacre.
O engenheiro da Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IRSSA Sur), Henry Alvarez, apresentou os produtos potenciais de importação e exportação entre Brasil e Peru. A IRSSA Sur é um programa conjunto dos governos de 12 países da América do Sul, que visa promover a integração sul-americana, com modernização da infraestrutura de transporte, a integração política, econômica e sociocultural da América do Sul.
De acordo o estudo, as exportações que saíram dos estados de Rondônia e Acre, que ingressaram no Peru por meio das cidades de Iñapari e Puerto Maldonato, tiveram um volume de US$ 51,5 mil em 2022. O total de exportações do Brasil para o Peru no mesmo período foi de US$ 3,6 milhões. Desse montante, US$ 606 mil foi movimentado por via terrestre.
“O grande desafio é o de ampliar esse volume de negócios pelo corredor interoceânico. O momento é de solucionar os problemas que ainda existem para atrair o transporte de cargas e buscar aliados. As instituições peruanas presentes vão se somar no grupo de trabalho. Os interesses comerciais são comuns”, disse o titular da Seict, Assurbanipal Mesquita.
Entre os produtos que podem ampliar as exportações brasileiras pelo corredor acreano, destacam-se a carne bovina, o milho, a soja e a madeira. US$ 27 milhões foi o total de carne bovina exportada para o Peru em 2022. US$ 7 milhões foi o volume de madeira exportada.
O Peru compra a soja do Brasil para alimentação animal. O país depende dos produtos exportados para balancear seu consumo interno. Rondônia tem se destacado na crescente produção de milho. “O frango é o principal produto importado do Brasil para o Peru, com crescimento de 34% ao ano. O Acre se destaca na exportação de castanha, existe mercado peruano para aquisição desse alimento”, detalhou Henry Alvarez.
Cimento e alho começarão a ser exportados do Peru para o Acre
O presidente da Associação Comercial, Industrial, de Serviço e Agrícola do Acre, empresário Marcelo Moura, afirmou que o Acre está bem posicionado estrategicamente. “Temos uma agenda permanente através da embaixada e neste segundo semestre começa a importação de cimento do grupo Yura” garantiu.
Alejandro Salinas do grupo Perbra Holding, empresa especializada em comércio bilateral entre o Perú e o Brasil, confirmou a prospecção por supermercados instalados em Rio Branco de importação de 5t de alho por semana.
O presidente em exercício da Fieac, João Paulo Pereira disse que o setor está animado com as tratativas feitas durante toda Expoacre nos interesses de importação e exportação. “Através do Forum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento nós apoiamos essa agenda. É hora de caminhar para vencer os embaraços aduaneiros e consolidar a nossa logística”, assegurou.
O deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Acre, Luiz Gonzaga, disse que o corredor interoceânico é fundamental para o Acre e os estados da Amazônia. Ele destacou a construção do porto de Chancay. “Esse porto, quando concluído, muda toda relação comercial entre o Brasil e o Peru, nós estamos inseridos nessa agenda para acompanhar o desenvolvimento e gerar mais riquezas para o Acre” disse Gonzaga.