O ex-vereador Laércio da Farmácia, que também é farmacêutico, afirmou que o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, mentiu ao afirmar que o governo do presidente Bolsonaro, responsável por coordenar o Plano Nacional de Imunização (PNI) e definir o público alvo da vacina Covid-19, não teria autorizado a vacinação aos profissionais farmacêuticos.
O Ministério da Saúde esclareceu, por meio de técnica do dia 11 de março de 2021, quem são os profissionais de saúde com direito à vacina já na primeira etapa prioritária, dentre eles, os farmacêuticos e todos os demais colaboradores de drogarias e farmácias. A declaração de Bocalom foi dada na noite desta quinta-feira (3) no Papo Informal, podcast ao vivo conduzido pelo jornalista Luciano Tavares.
Laércio afirma que o despreparo do prefeito da capital implica na morte de profissionais de saúde da linha de frente ao combate da covid-19: “Quando tais trabalhadores já deveriam estar todos imunizados com as duas doses da vacina covid-19, nos deparamos com um prefeito que desconhece as questões mais básicas quanto ao plano das vacinas. Este tipo de atitude teve impacto direto na morte do nosso colega Sérgio Roberto Nascimento de apenas 31 anos, um jovem da linha de frente que atendia há mais de 40 pessoas por dia na drogaria que trabalhava”, disse com tristeza.
No vídeo, o prefeito tenta implicar que o Ministério Público estaria ciente de um “suposto não direito dos farmacêuticos” à vacina.
“Se os farmacêuticos não foram vacinados ainda é porque o Ministério [da Saúde] não autorizou”, disse Bocalom, para depois complementar que sua teoria estaria correta em virtude de falha do Ministério Público em não fiscalizar aplicação da vacina. (ASSISTA
PROFISSIONAIS SE PREPARAM PARA ACIONAR O JUDICIÁRIO
O presidente do Conselho Regional da Farmácias do Estado do Acre (CRF-AC), João Vitor Italiano, já havia divulgado nota de relato das infrutíferas tentativas de revolver a questão das vacinas por via administrativa. “Para que todos tomem conhecimento o CRFAC continua na luta para que todos os profissionais farmacêuticos, colaboradores e técnicos de laboratório. Infelizmente temos que tentar meios mais eficazes para garantir nossos direitos, vistos que incansáveis reuniões com os responsáveis para garantir nossos direitos por via administrativa não tenha alcançado os resultados esperados. Como representante da classe farmacêutica no Estado do Acre continuaremos buscando os meios legais necessários até que todos os trabalhadores de saúde sejam vacinados”.
O presidente do CRF divulgou uma nota denúncia que será encaminha ao Ministério Público com detalhes de todos os documentos que desmontaram que gestores da saúde de Rio Branco e do Estado do Acre estavam cientes que o farmacêuticos compõem a mesma lista dos médicos e enfermeiros.
TRECHOS DO OFÍCIO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE QUE INCLUEM OS FARMACÊUTICOS NA LINHA DE FRENTE
OFÍCIO No 234/2021/CGPNI/DEIDT/SVS/MS
Considera-se trabalhadores da saúde a serem vacinados na campanha, os indivíduos que trabalham em… ... laboratórios, farmácias, drogarias.
...Profissionais de saúde que são representados em 14 categorias, conforme resolução n° 287, de 8 de outubro de 1998, do Conselho Nacional de Saúde ... farmacêuticos ... (texto lista farmacêuticos como oitavo)
...e os trabalhadores de apoio (exemplos: recepcionistas, seguranças, trabalhadores da limpeza, cozinheiros e auxiliares, motoristas de ambulâncias, gestores e outros)...