Donos de uma particularidade que torna a vida de seus moradores ainda mais desafiadora no meio da Floresta Amazônica, os quatro municípios acreanos sem acesso terrestre contarão com uma frente pluripartidária dentro da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) voltada, exclusivamente, para propor políticas que possam resultar numa melhor qualidade de vida da população.
Essa é a proposta do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) ao sugerir a criação da Frente Parlamentar de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios de Difícil Acesso. Até a semana passada 16 deputados já tinham assinado ao requerimento que propõe a sua criação. A perspectiva é que já na próxima semana a frente seja lançada.
Para se chegar a Santa Rosa do Purus, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Jordão são necessários dias de viagem em embarcações pelos rios da região. Outra forma é comprando passagens em aviões de pequeno porte - cujos valores altos ficam fora da realidade da população pobre destas cidades.
O isolamento representa um entrave para o desenvolvimento tanto econômico quanto social. Juntos, os municípios isolados do Acre figuram sempre nas últimas posições do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pela ONU.
Nos últimos anos, ocorreram avanços significativos na melhoria da infraestrutura urbana, com a pavimentação de ruas (com tijolos ou asfalto) e a ampliação dos serviços de saneamento básico.
“Queremos discutir infraestrutura, queremos discutir desenvolvimento, queremos discutir inclusão social. Tem bandeiras muito sentidas no comércio, na segurança pública e, principalmente, as relacionadas ao atendimento na saúde”, destaca Edvaldo Magalhães.
O deputado lembra que, apesar de isolados, estes municípios exercem grande importância para o Acre e para o país por “guardarem as nossas fronteiras”. Os quatro estão na faixa de fronteira do Brasil com o Peru.