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POLÍTICA

Para não ficar sem R$ 104 milhões em crédito de carbono, Gladson Cameli revê no pacote da minirreforma práticas antiambientais adotadas pelo governo 

Para não ficar sem R$ 104 milhões em crédito de carbono, Gladson Cameli revê no pacote da minirreforma práticas antiambientais adotadas pelo governo 

Desde que assumiu o Palácio Rio Branco no começo do ano, o progressista Gladson Cameli adota o bordão de anunciar o agronegócio como a principal política econômica de seu governo, proporcionando o que seria a redenção do Acre. Para tanto, uma das estratégias adotadas foi desmontar a estrutura da política ambiental construída ao longo dos últimos 20 anos pelos governos petistas. 
 
A lógica é simples: as ações dos órgãos de fiscalização na área de proteção do meio ambiente são vistos pelo atual grupo no poder como maléficas e responsáveis por travar o desenvolvimento econômico do estado. Além disso, na visão deles, é preciso passar uma borracha em tudo o que foi deixado pelos antecessores, a chamada “despetização”. 
 
Como o Notícias da Hora já mostrou, essa visão tem causado sério prejuízos ao Acre - e isso não só do ponto de vista ambiental. A extinção do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), por exemplo, pode levar o estado a perder, até 2021, R$ 104 milhões apenas com o chamado crédito de carbono 
 
Este dinheiro tem como destino - justamente - investimentos no próprio setor rural do Acre, aplicando em projetos voltados para o pequeno e médio produtor capazes de amenizar os impactos de suas atividades sobre a floresta, levando tecnologias e assistência técnica que incrementem a produção no campo sem abrir novas áreas.   
 
Percebendo os impactos negativos que a extinção do IMC vinha trazendo, o governo voltou atrás e decidiu ressuscitá-lo no pacote de minirreforma (a reforma da reforma) que será enviado à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) essa semana. 
 
Ainda num gesto de mostrar simpatia pela pauta amazônica, o Palácio Rio Branco publicou, na edição desta segunda-feira, 15, do Diário Oficial, medida que formaliza a adesão do Acre ao Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Legal. 
 
Discutido há quase dois anos entre os nove governadores da Amazônia Legal, o consórcio teve sua atribuições definidas durante o último fórum de governadores da região, realizado no fim de março em Macapá (AP).  
 
De acordo com a própria definição do governo do Acre, o consórcio tem como objetivo a “realização das ações e projetos de interesse comum, como a criação e implementação de políticas públicas que contribuam para o desenvolvimento social e econômico da região de forma sustentável”. 
 
“Sabemos da importância de se manter a floresta em pé. Queremos crescer sem prejudicar a nossa Amazônia, a nossa floresta em nem um centímetro. Nossa população precisa de emprego, de renda, sustentar suas famílias. Essa responsabilidade não cabe só ao Acre, mas à Amazônia, ao Brasil. Precisamos avançar no debate”, chegou a declarar Gladson Cameli durante o encontro no Amapá. 
 
Cada um dos estados membros terá que dar uma contribuição de R$ 500 mil, valor dividido em quatro parcelas. Ao todo, o consórcio chegará a um volume de R$ 45 milhões que poderão ser utilizados pelos nove governos nas áreas definidas em seu objetivo.