O governo acreano enviará uma equipe de técnicos e autoridades à Bolívia para discutir os planos do governo boliviano de construir muros e comportas no leito do Rio Acre, com o objetivo de prevenir enchentes no departamento de Pando, especialmente na cidade de Cobija. A proposta, que prevê intervenções no leito do rio, será analisada de perto pelas autoridades acreanas, que buscam avaliar os possíveis impactos da ação na região.
O projeto boliviano, que prevê a construção de barreiras e comportas hidráulicas no leito do Rio Acre, visa proteger as áreas fronteiriças de Brasiléia e Assis Brasil, que, assim como Cobija, enfrentam alagamentos constantes durante a temporada de cheias. A iniciativa surge após a enchente de fevereiro de 2024, que causou estragos em Cobija, afetando mais de 3.600 pessoas e destruindo ao menos 200 edificações em 17 bairros da cidade.
O governo boliviano justificou a necessidade da obra com base em um estudo técnico realizado pelo Instituto de Hidrologia de Santa Cruz, que apontou a urgência de intervenções para evitar novos alagamentos. O projeto, que inclui dragagens e a instalação de muros de contenção, comportas hidráulicas e lagoas nos afluentes do Rio Acre, é considerado um passo importante para regular o nível da água no leito principal do rio, especialmente em períodos de chuvas intensas.
A obra está orçada em 20 milhões de bolivianos, o equivalente a mais de R$ 17 milhões, e será executada principalmente nas áreas críticas do rio na região de Cobija. O governo do Acre, juntamente com as prefeituras de Brasiléia e Assis Brasil, foi notificado sobre os estudos e convidado a participar das discussões. Uma reunião já foi realizada em Brasiléia, onde autoridades brasileiras discutiram a viabilidade do projeto, especialmente em relação aos impactos socioambientais que a obra pode causar.