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POLÍTICA

Gladson quer deputados de oposição e de ideologias diferentes debatendo ao vivo no Sistema Público de Comunicação

Gladson Cameli sugeriu aos coordenadores da comunicação do governo do Acre na manhã deste sábado, 30, em seu programa Fale Com o Governador, transmitido ao vivo a partir da Aldeia FM em Rio Branco, que convidem "deputados de oposição e de ideologias diferentes" para debates e entrevistas na emissora de rádio estatal.

Ao dar a sugestão, Cameli citou como exemplo o deputado estadual Daniel Zen (PT), oposição ao seu governo na Assembleia Legislativa, como "uma pessoa que quer o bem do Acre". Cameli falou sobre Zen depois que soube que o petista afirmara na Casa do Povo que vai esticar sua paciência com o atual governo até o dia 31 de dezembro.

Numa gestão confusa que ainda tentar acertar, o jeito de Cameli de lidar com as críticas e os críticos, a imprensa e seus opositores, é uma novidade após um período de 20 anos em que adversários eram tratados como inimigos, a imprensa vivia sob chicote e pessoas de diferentes lados políticos sequer podiam ser vistas juntas ou ser fotografadas.

O jeitão por vezes informal do novo governador é coisa nova por aqui. E o Acre está desacostumado com um chefe de Palácio que convida adversário para falar o que quiser em uma rádio pública, o que não deveria surpreender absolutamente ninguém, já que a emissora é do Estado, não do governo.
O modo PT/ vianista ainda está enraizado em parte da opinião pública e entranhado no pesadelo diário de muita gente que viveu e respirou sob o Estado durante as últimas duas décadas.

Não se sabe até quando os efeitos de uma das frases preferidas do governador, que já virou um bordão, "não quero ninguém passando a mão na minha cabeça", vai durar. Mas, a priori, apesar de ainda invisível, uma certa liberdade de opinião é uma marca relativamente importante do atual governo nesses três meses.