A semana terminou com surpresa: uma edição extra do Diário Oficial, publicada na noite desta sexta-feira, dia 28, veiculou dezenas de decretos que tornam sem efeito as exonerações dos cargos comissionados indicados, na grande maioria, por deputados estaduais, feitas pelo governador Gladson Cameli na semana passada.
Na justificativa para as demissões, o Palácio Rio Branco negou que fosse uma retaliação aos deputados que derrubaram os oito vetos impostos por Cameli à LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, cuja sanção ocorreu parcialmente. A baixa dos vetos ocorreu no dia 17 de setembro, e as demissões no dia 19.
As demissões, segundo o governo, eram para porque o Estado está trabalhando acima do limite prudencial de gasto com pessoal, o que é proibido por lei e, portanto, foi necessário reduzir o número de servidores contratados. Segundo apurou o Notícias da Hora, no último trimestre, o Acre estava gastando 55,17% com folha de pagamento de pessoal.
Com os decretos da edição extra do Diário, Cameli coloca de volta dezenas de comissionados na folha de pagamento, e continuará, dessa forma, pagando mais do que deveria com servidores. E o governador vai trabalhar assim após um acordo extraoficial com os deputados da base de apoio do governo na última terça-feira, dia 24.
Com o retorno do deputado estadual Gehlen Diniz à liderança do governo na Assembleia Legislativa (Aleac), não se viu outra forma que não a de cancelar as exonerações durante a semana, e amenizar o clima de instabilidade entre Governo e Parlamento. Cameli pretende apresentar projetos polêmicos na próxima semana, e, para isso, tem de ter a base fechada com ele, ou será novamente derrotado.