O governador Gladson Cameli foi ao encontro dos servidores da Saúde que protestavam nesta segunda-feira (14) na frente do Palácio Rio Branco no primeiro dia da greve da categoria.
Cercado de seguranças, mas acessível, Cameli conversou com os trabalhadores e reafirmou o que já havia anunciado no sábado à noite aos trabalhadores: o pagamento do auxílio covid ao setor no valor de R$ 325, a correção inflacionária nos termos permitidos por lei da etapa alimentação, edital de concurso público até o final do ano e revisão do laudo técnico por cronograma com a participação dos sindicatos.
Cameli ponderou, entretanto, que alguns dos pedidos da classe esbarra na Lei de Responsabilidade Fiscal.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Adailton Cruz, informou que a paralisação continua e que o governo garantiu enviar a contraproposta oficial ainda nesta segunda-feira (14). "Estamos aguardando", disse.
Nesta terça-feira (15), segundo dia de greve, os trabalhadores protestam na frente do Pronto-socorro de Rio Branco.
A paralisação
A greve dos servidores da Saúde do Acre iniciou com uma carreata e um ato na frente do Palácio Rio Branco, no centro da capital acreana, ainda pela manhã.
Adailton Cruz não soube informar a quantidade da adesão à paralisação, mas acrescentou que o comando de greve orientou que apenas os serviços de urgência e emergência e o atendimento a pacientes com covid-19 sejam mantidos durante a paralisação.
O presidente do Sintesac citou que as propostas apresentadas por Gladson Cameli no último sábado à noite não contemplam a classe, porém analisou que foi um avanço o governador se pronunciar pela primeira vez sobre algumas das pautas dos servidores da saúde, embora sem contemplar as principais, entre elas a reposição salarial da categoria.
O anúncio do pagamento do auxílio covid aos trabalhadores, que o governo se recusava a liberar desde janeiro, e a promessa da etapa alimentação, foram os pontos positivos apresentados pelo governador no sábado, segundo o sindicalista.
Oração, caixão e cruzes
Durante o ato que marcou o começo da greve, servidores do setor oraram na frente do Palácio Rio Branco por colegas que morreram de covid-19.
Na manifestação, os grevistas colocaram um caixão branco, cruzes e fotos das pessoas que morreram vítima do vírus. De acordo com o Sintesac, 192 servidores foram a óbito por covid-19, o que equivale a mais de 10% das mortes no estado.