A Associação dos Servidores do INEP anunciou nesta sexta (19) um texto no qual lista uma série de acusações contra a alta gestão da entidade. Assédio, possível intervenção e risco ao sigilo do ENEM foram algumas das denúncias.
Segundo os servidores, o órgão está passando por uma “crise sem precedentes. Com perseguição aos servidores, assédio moral, uso político-ideológico da instituição pelo MEC. E falta de comando técnico no planejamento dos seus principais exames, avaliações e censos”.
O documento diz que há risco de quebra de sigilo e de intervenção do governo Bolsonaro no ENEM. Isto porque o presidente e sua equipe querem fazer modificações “ideológicas” nas questões da prova.
O relatório mostra que há uma diretriz do presidente para que o exame tenha questões ideológicas de extrema direita. Vale ressaltar que o chefe do poder executivo federal declarou que a prova teria “a cara do governo”. O presidente e o ministro da Educação negam que tenham visto a prova.
Funcionários do Inep e o assédio
Os funcionários também falaram que sofreram assédio. “Depoimentos de servidores indicam pressão política oriunda da presidência do órgão para retirada de questões, sem motivo idôneo”, diz trecho do texto.
Os profissionais explicaram que tinha a existência no órgão de “procedimentos constrangedores”. Também estavam sobrecarregados de trabalho, com jornadas acima de oito horas todos os dias. Além disso, precisavam trabalhar aos fins de semana. Por conta disso, muitos funcionários adoeceram.
“Além da quebra de sigilo, a censura a questões por motivos sem fundamento estatístico-pedagógico representa desvio de finalidade – implicando nulidade do ato administrativo”, afirma o texto.
O documento foi entregue ao TCU, ao CGU e também para as comissões de Educação da Câmara e do Senado.