Para tentar diminuir o desgaste político da ação da PM contra manifestantes que bloquearam a AC-405 nesta segunda-feira (21), nas proximidades do Igarapé Preto, em Cruzeiro do Sul, o governo do Acre emitiu uma nota afirmando que vem mantendo amplo diálogo com lideranças e integrantes de comunidades que interditaram a via e diz lamentar que um pequeno grupo tenha obstruído as negociações.
Segundo o governo, o articulador político do governo na região, advogado Jonathan Donadoni, esteve no local buscando um acordo pacífico que garantisse o direito tanto dos manifestantes quanto dos usuários da via, porém um dos líderes do movimento não aceitou qualquer negociação que não tivesse a presença do governador, no que foi apoiado por parte do movimento e a partir daí a PM teve que intervir.
“No diálogo entre o articulador e a comunidade, ficou acertado que uma via seria desobstruída e uma comissão paritária formada por governo e manifestantes iriam até o Escritório do Governo em Cruzeiro do Sul, para a redação e assinatura de um termo de comum acordo.
Ato contínuo, como não houve mais entendimento e foram esgotadas as tentativas de negociação, a questão passou a ser tratada pelo Comando da PM no Vale do Juruá. O governo do Estado informa ainda que continua à disposição do grupo para um acordo que não prejudique o ir e vir dos cidadãos que precisam usar a via no seu cotidiano”, diz a nota.
Mais cedo, o comandante da Polícia Militar em Cruzeiro do Sul, tenente-coronel Edvan Rogério, afirmou ao Notícias da Hora que a ação policial na AC-405 ocorreu após horas de tentativa de negociação com os manifestantes. O ato teve início às 5 horas e foi encerrado às 13 horas pela PM com o uso de bombas de efeito moral e spray.
A rodovia foi bloqueada próximo ao Igarapé Preto por moradores das comunidades Santa Luzia, Pentecoste e Japãozinho, que reivindicam a recuperação das linhas vicinais na região.
“Nós tomamos conhecimento do ato desde as 5h da manhã. Os manifestantes queriam a presença da equipe de governo, que foi a local e fez a negociação. Um dos representante se negou a fazer a negociação. Demos um prazo de uma hora, após o diálogo, e entendemos que a manifestação perdeu objetivo. Não teve ninguém ferido, nem lesionado e nem incidente grave. Uma pessoa foi presa por desobediência e desacato, pois foi pra cima dos policiais”, disse o comandante da PM em Cruzeiro do Sul.