O Acre já contabiliza mais de 400 casos positivos da Covid-19. Na contramão, cerca de 100 populares que foram diagnosticados já estão livres do novo coronavírus. Paralelo a isso, faltam leitos de UTI nos hospitais públicos de Rio Branco, isso porque os pacientes com a doença precisam ficar em espaços próprios, isolados de quem não tem o vírus.
Os dez leitos de UTI disponíveis no Pronto-Socorro de Rio Branco, já estão ocupados. Isso representa 100% da capacidade atual de leitos de terapia intensiva. Ao mesmo tempo, o governo trabalha para dobrar esse quantitativo após receber equipamentos para montar 10 novos leitos exclusivos à paciente com a Covid-19.
“Com estes dez novos leitos, ampliamos a oferta das unidades de terapia intensiva para aqueles pacientes que fazem parte do grupo de risco. São para essas pessoas que em situações de agravo vão poder contar com esses novos leitos”, afirma o secretário de Saúde do Acre, Alysson Bestene. A nova ala de leitos deve ficar pronta essa semana.
Nesta terça-feira, dia 28, antes da emissão do boletim diário da Sesacre – publicado sempre às 16 horas-, extraoficialmente, já se falava em duas mortes durante a madrugada e manhã, justamente pela falta de leitos em UTI. Uma das mortes foi na UPA do 2º Distrito. A situação, segundo profissionais do próprio Pronto-Socorro, pode piorar ainda mais.
O Hospital Santa Juliana, de propriedade da Diocese de Rio Branco, chegou a ceder 20 leitos de UTI, gratuitamente, para o Governo do Acre. Contudo, seria necessário colocar profissionais e materiais necessários ao uso das UTIs. Até segunda ordem, está suspensa a utilização desses leitos, segundo confirmou a Sesacre.
LEITOS NO INTO – A Secretaria de Saúde do Acre também atua para ativar os 10 leitos de UTI montados no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), também na capital. Ainda sem previsão oficial de entrega e início da utilização do espaço emergencial, a secretaria tenta contratar profissionais para atuarem no hospital improvisado.
Como revelou em primeira mão o portal Notícias da Hora, o governo está contratando a empresa Mediall Brasil, especializada na disponibilização de mão de obra médico-hospitalar, de forma emergencial, para ter profissionais terceirizados atuando dentro do Into. Na lista das especialidades, há enfermagem, serviço social, técnicos e médicos e recepcionista.
LEIA MAIS: Sem contrato, empresa terceiriza profissionais ilegalmente para hospital público do Acre
TERCEIRIZAÇÃO - O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), Adailton Cruz, revelou que o Palácio Rio Branco vai tentar aprovar essa semana, em meio à pandemia da COvid-19, o projeto de lei que cria o Instituto de Gestão em Saúde do Acre (IGESAC).
Iniciativa que, de acordo com o sindicalista, teria como principal objetivo terceirizar o sistema de saúde do Estado. Quanto ao Pró-Saúde, Cruz disse que estes perderão a estabilidade, podendo “serem demitidos a qualquer hora”.
“Usar desse momento, grave, aproveitar-se da PANDEMIA, para dá um xeque-mate no SUS acriano, é, além de imoral, uma COVARDIA, um golpe. Não deixamos isso ocorrer, vamos usar nossas redes sociais, vamos exigir que os deputados digam NÃO ao projeto”.