Um importante passo na conquista do mercado asiático foi dado na manhã desta segunda-feira, dia 10, em Porto Velho (RO), pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia, (Seict). Os governos do Acre e de Rondônia, criaram um comitê interestadual para fortalecer a rota interoceânica Amazônia Ocidental.
O grupo de trabalho foi formado em agenda coordenada pelos governos e Assembleias Legislativas dos dois estados, em parceria com federações e associações empresariais do setor industrial, comercial e produtivo.
O corredor promovido estrategicamente pela Seict e a Agencia de Negócios do Acre (Anac), liga os estados do Mato Grosso, Amazonas, Rondônia e Acre. Durante painel de apresentação no plenário deputada Lúcia Tereza, na Assembleia Legislativa do estado de Rondônia, o secretário Assurbanipal Mesquita afirmou que o objetivo é o de integrar e fortalecer os benefícios de desenvolvimento econômico com maior utilização do modal terrestre.
“A união dos estados que utilizam esse corredor garante os investimentos necessários para melhorar a infraestrutura, atrair negócios internacionais com ganhos econômicos para os municípios do entorno dessa rota e províncias peruanas, num projeto de mão dupla, visamos a exportação e importação de produtos. O governador Gladson Cameli é o grande incentivador desse corredor que vai gerar mais emprego e renda” acrescentou Mesquita.
O vice-governador e secretário de desenvolvimento econômico do estado de Rondônia, Sérgio Gonçalves, destacou a hidrovia do madeira como alternativa de exportação e ressaltou a importância da rota que passa pelo Acre. Para ele, além dos estados fazerem sua parte, o governo federal precisa resolver os gargalos alfandegários.
“Os empresários chineses veem a entrada no Brasil pelo Atlântico, Assis Brasil é um caminho continuo, o que precisa é vencer os gargalos, entre eles, o da cota de caminhões que trafegam nos dois países para que as portas realmente possam se abrir para que aja fluidez nas transações comerciais”, justificou Gonçalves.
Luiz Gonzaga que liderou a comitiva de 19 deputados estaduais ao encontro, enfatizou que a rota interoceânica já existe. “O que precisamos é aumentar o uso da rodovia que passa pelo Acre e que reduz custos comerciais que podem tornar as empresas mais competitivas. Temos gargalos que precisam ser vencidos, para isso estamos nos unindo politicamente em busca de soluções de infraestrutura e de diminuição burocrática”, destacou Gonzaga.
A participação peruana por meio de videoconferência chamou a atenção do setor produtivo de Rondônia. Um estudo de viabilidade econômica está sendo realizado pela Iniciativa para a Integração da Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA). Henry Alvarez, consultor da instituição, defendeu um acordo para facilitação da exportação e importação dos produtos entre Brasil e Peru. “Em 2022 US$ 58 milhões foram negociados via terrestre pelo comércio transfronteiriço” explicou Alvarez.
Membro agrícola da embaixada do Brasil em Lima, Ângela Pimenta Peres, ver a rota promovida pelo Acre como uma “rede de acordo importante para exportações brasileiras e uma conexão do Brasil com a Asia e a Oceania”.
A Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) desenvolve estudo de viabilidade econômica e social do corredor via BR 317. Esse é um dos documentos que vai embasar os trabalhos do Comitê que pretende mobilizar parlamentares dos estados do Amazonas e do Mato Grosso, para criar uma Frente Parlamentar no Congresso Nacional em defesa das rotas no território amazônico.