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POLÍTICA

Há 10 meses no poder, governo Gladson tem dificuldades de gestão também no “andar de baixo”

Há 10 meses no poder, governo Gladson tem dificuldades de gestão também no “andar de baixo”

Desde que assumiu o Palácio Rio Branco no início do ano, o progressista Gladson Cameli enfrenta uma série de dificuldades para manter o mínimo de equilíbrio e coesão em sua equipe de governo. Semanalmente, os acreanos leem no noticiário as trapalhadas palacianas para manter em ordem os comandos das secretarias, o chamado primeiro escalão.

Em uma noite se dorme secretário ou secretária, e no outro dia - ao se abrir o Diário Oficial - lá está publicada a demissão. A oposição, desde o começo do ano, aponta o Diário Oficial como o principal adversário do governo, e não os oposicionistas. Esta bagunça institucionalizada é perceptível não apenas no andar de cima do governo, mas também no de baixo, envolvendo o, digamos, “baixo clero”, onde estão os cargos em comissão.

Nem mesmo os chamados CECs 1 ou 2 estão livres das demissões e nomeações constantes da caneta de Gladson Cameli. Basta se fazer uma leitura cotidiana do Diário Oficial para se ter uma noção da balbúrdia em que se encontra o governo do PP. A conclusão que se pode tirar disso tudo é que, no governo Gladson Cameli, nada é constante.

O reflexo desta dança da cadeiras na administração pública está a precarização dos serviços públicos para o cidadão na ponta. Sem pessoal qualificado e capaz de dominar o conhecimento básico sobre gestão governamental, atendimentos simples (como emissão de carteira de identidade na OCA) ficam comprometidoa.

Quando a questão é mais complexa, como na Saúde, a situação é ainda mais crítica. Em 10 meses de governo, Gladson Cameli se prepara escolher um terceiro nome para chefiar a pasta. A última chegou até a ser importada de Brasília, vindo com alguma frequência ao estado cuidar das unidades hospitalares.

A consequência é a grande reclamação da população que depende do Sistema Único de Saúde, como a falta de medicamentos básicos nas farmácias dos hospitais e UPAs.

Toda esta bagunça institucional é reflexo da briga por poder e espaço entre os partidos da base de sustentação do governador e da escolha de pessoas erradas para ocupar postos-chaves. Enquanto o chefe do governo não adota uma postura mais firme, assumindo de vez o poder que lhe foi dado pelos eleitores nas urnas, a população é quem vai pagando o pato.