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POLÍTICA

Indigenista do Acre alerta governo Bolsonaro para genocídio em andamento dos povos indígenas isolados

Indigenista do Acre alerta governo Bolsonaro para genocídio em andamento dos povos indígenas isolados

José Meirelles assina a carta aberta direcionada ao governo Bolsonaro alertando para o desmonte das políticas indigenistas no País, com o corte de recursos para setores estratégicos e a mudança de diretores técnicos para serem ocupados por aliados políticos, sem conhecimento de causa.

O indigenista, José Carlos dos Reis Meirelles, que há mais de 30 anos atuou no Acre na defesa dos povos indígenas, sobretudo dos isolados assina uma carta aberta, junto com outros 13 indigenistas, indígenas e ex-coordenadores de setores da Funai, alertando para um genocídio que estaria em curso causado pelos frequentes cortes e contingenciamento na Fundação Nacional do Índio (Funai).

No documento, eles denunciam que o enfraquecimento das políticas indigenistas no País afetam diretamente as comunidades que vivem isoladas do contato com o homem branco. A carta considera este grupo o mais vulnerável à ação de garimpeiros e grileiros que atuam na Amazônia.

Recentemente, sob o comando do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, a Coordenação-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC) teve o diretor exonerado. Ele é servidor de carreira da Funai e estava no cargo há 14 meses. A saída de Bruno Pereira motivou a reação dos indigenistas de todo o Brasil. Eles temem que o governo Bolsonaro nomeie uma indicação sua, que facilite o licenciamento de grandes obras como hidrelétricas, impactando diretamente nas comunidades indígenas.

José Meirelles e o grupo em defesa dos indígenas pedem ao governo que não interfira ideologicamente na política indigenista de Estado de proteção aos isolados. Eles temem que Bolsonaro possa, com a demissão de Bruno Pereira, iniciar um efeito cascata trocando as diretorias das Frentes de Proteção Etnoambiental nos estados. O Acre seria um dos prejudicados na proteção dos índios isolados.

“Possíveis interferências ideológicas como as que estamos presenciando nos quadros técnicos da Funai, em especial dessa Coordenação-Geral, são da maior gravidade”, alerta o grupo em defesa dos índios isolados.