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POLÍTICA

Insatisfeita, base inicia operação para fritar líder do governo e tentar troca 

As duas semanas que marcaram o início dos trabalhos na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) revelaram que Gladson Cameli (PP) pode enfrentar dificuldades em sua governabilidade na Casa, diante do clima de animosidade dentro de sua própria base. E o principal causador deste desgaste inicial é justamente o deputado escolhido para ser seu “embaixador” no Parlamento, Gerlen Diniz (PP).

Dono de uma personalidade pouco afeita a fazer afagos e de engolir desaforos (critérios essenciais para um bom líder de governo), Gerlen Diniz vem sendo alvo de reclamações da base a partir da própria tribuna do plenário. Na semana que passou, ao menos quatro parlamentares usaram do microfone para reclamar do perfil ríspido do progressista.

“O senhor não pode vir aqui nessa tribuna e chamar um colega de mentiroso”, disse o novato Calegário. A declaração foi referência ao embate que ele teve ao longo dos últimos dias com Roberto Duarte (MDB) em torno do decreto que amplia a participação de empresas de fora nas tomadas de preço nas compras públicas.

O líder do Palácio Rio Branco também puxou confusão com Fagner Calegário (PV), que acabou de deixar a dura vida de ser oposição (sem cargos e privilégios) para integrar a base. O verde que agora é azul, por muito não quebrou a mão enquanto esbravejava contra Diniz após ouvir ele chamá-lo de “ridículo”.

Desde então foram iniciadas as movimentações para desgastar o líder. Dentro do Parlamento o governo tem observadores que avaliam a atuação da bancada e fazem a ponte entre o Palácio Rio Branco e a Aleac. É consenso entre eles que, do jeito que está, a atual liderança mais atrapalha do que ajuda.

Os governistas sabem que trocar de líder aos três minutos do primeiro tempo seria um claro sinal de vexame e fraqueza, mas que tendem a ser inevitáveis. Até o momento, por exemplo, não se viu uma única reunião em plenário da base para definir uma linha de atuação coesa.

Nos bastidores já há até um nome de consenso entre os deputados para a sucessão de Diniz: o também progressista José Bestene, que lá atrás já era cogitado para a função. Presidente da Aleac no início da década de 1990, é um político experiente, de perfil conciliador e com mais traquejo para afagar a base e manter uma boa relação com a oposição - outro critério exigível.

Por falar em oposição, essa vai assistindo a tudo de camarote.. Petistas e comunistas até fazem brincadeira com o momento vivido pela base de Gladson Cameli na Casa, afirmando que deixam para os próprios deputados aliados a função de desgastar o Palácio Rio Branco.