O Brasil enfrentou um aumento alarmante nas invasões de terra em 2023, com um crescimento de 213% em comparação ao ano anterior. Segundo dados obtidos pela Brasil 61 junto à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), foram registradas 72 apropriações ilegais no período.
Desde o início do mandato de Lula, em janeiro do ano passado, ocorreram 95 invasões a propriedades rurais, de acordo com os dados da CNA. Esta ascensão se destaca quando comparada à série histórica do Incra, que aponta um número maior de invasões no último ano e três meses do que durante o período de cinco anos que compreendeu os governos dos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro.
De acordo com a CNA, o Movimento dos Sem Terra (MST) tem ganhado espaço no atual governo, contribuindo para o aumento das invasões. Ainda segundo a confederação, o problema não reside na
disponibilidade de terras, citando dados do Incra que indicam uma extensa área destinada à reforma agrária.
Enquanto isso, o agronegócio mantém sua importância econômica, sendo responsável por quase um quarto de toda a riqueza gerada no país, de acordo com dados do Cepea/Esalq/USP em parceria com a CNA. O setor emprega uma significativa parcela da população ocupada.
Diante do cenário de aumento das invasões, parlamentares da bancada do agronegócio e da oposição no Congresso Nacional têm se mobilizado para aprovar medidas que diminuam essas ocorrências.
Entre as propostas está o PL 895/2023, que busca suspender o pagamento de benefícios sociais a pessoas condenadas por invasões a propriedades rurais ou urbanas. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados e aguarda análise pelo plenário, fazendo parte de um pacote de 17 projetos conhecido como anti-invasão.