Manifestações contra o bloqueio de recursos para a área da educação, que afetam universidades de todo o Brasil, marcaram a última quarta-feira, 15, e tiveram grandes repercussões na imprensa nacional e internacional. O corte de recursos também atinge os cidadãos rio-branquenses, por isso, o tema foi novamente debatido, diante de fala do vereador Dr Jakson Ramos na sessão desta quinta-feira, 16, na Câmara Municipal.
Médico de origem humilde, Ramos lamentou o cerceamento de recursos que impactam diretamente a vida de milhares de jovens no Brasil, e na capital acreana não seria diferente. “Ontem nós vimos o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no Congresso Nacional prestando esclarecimentos a respeito dos cortes realizados na educação e pasmem que ele responsabilizou os governos Lula e Dilma ainda por esses cortes. Ora, Dilma não é Presidente do Brasil desde meados de 2016 e já se vão três anos e aí quando nós comparamos alguns números - e ele fala que esses cortes hoje são referências aos cortes que Dilma e Lula fizeram na educação no passado recente do Brasil – vemos que os investimentos feitos pelo Ministério da Educação em 2013 foram de R$ 94 bilhões, e, quando se compara com 2002, ano que antecedeu a posse do ex-presidente Lula, o Brasil investia apenas 17 bilhões anuais em educação. Então façam as contas: ‘R$ 17 bilhões em 2002 para R$ 94 bilhões em 2013”, destacou.
Vergonha nacional
Ramos também destacou os constrangimentos pelos quais Bolsonaro passou em nome do Brasil. Após se desentender com o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, “o presidente Jair Bolsonaro, que retorna hoje ao Brasil mais uma vez nos faz passar vergonha nos Estados Unidos, segundo a própria imprensa estadunidense. Através de seu porta-voz, ele disse que o ex-presidente George Bush o convidou a estar presente em uma reunião com ele em Dallas, no Texas, e hoje, o assessor do ex-presidente Bush desmentiu essa afirmação dizendo que de forma alguma o convidou e que foi surpresa ao ex-presidente George Bush a presença de Jair Bolsonaro com agenda, segundo ele, estabelecida com sua Assessoria, mas por educação, terminou o recebendo para fazer uma conversa”, disse.
Ramos também citou o imbróglio envolvendo o suposto prêmio "Personalidade do Ano" que Bolsonaro receberia pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, cujo convite foi desmentido pelo representante do World Affairs Council, Jorge Baldor, que afirmou ao site Dallas Voice: “Ele mesmo se convidou. Bolsonaro não vai receber um prêmio”.
“Para se repetir o que aconteceu em Nova York, o prefeito de Dallas também se recusou a receber o nosso Presidente Jair Bolsonaro visto que, as medidas adotadas por ele na gestão do Brasil, não coadunam com a decência civilizatória de um gestor que se diz autoridade de um país e preside uma nação com mais de 200 milhões de habitantes”, finalizou Ramos.