Maior hospital de urgência e emergência não dispõe do medicamento trombolítico e procedimentos de cateterismo estão suspensos
O problema é antigo, mas parece que segue invisível aos olhos da gestão pública de Saúde do Acre. Na manhã desta quarta-feira (26), o deputado Jenilson Leite (PCdoB) vai protocolar na Assembleia Legislativa um requerimento que deve ser encaminhado ao Ministério Público do Estado para que acompanhe a situação dos pacientes cardíacos no Acre.
De acordo com Jenilson Leite, o maior hospital de urgência e emergência do Estado, o Pronto Socorro de Rio Branco, não dispõe do medicamento utilizado para casos de infarto e não há a possibilidade da realização de cateterismo, tendo em vista que o contrato com o Hemocardio venceu e não houve renovação. Além do cateterismo, a empresa que mantinha contrato com a Sesacre realizava outros procedimentos cardíacos como a troca de válvulas para tratar a estenose aórtica, entre outras doenças que acometem coração.
Este ano, dois pacientes já vieram a óbito pela falta do procedimento de cateterismo. O primeiro caso registrado foi do idoso Luiz Maia Souza, de 72 anos. Ele aguardou o procedimento de cateterismo por mais de 10 dias, sendo que o pedido do cardiologista era urgente.
O segundo caso mais emblemático foi do primo do governador Gladson Cameli (PP). Paulo Messias Sales veio de Cruzeiro do Sul para realizar o procedimento de cateterismo, mas a demora levou o senhor de 50 anos ao óbito. Todos os casos ocorreram em março.
O contrato entre o Hospital Santa Juliana e o governo do Estado havia vencido naquela época. Em coletiva de imprensa, o bispo Dom Joaquim Pertinez alertou para uma catástrofe dos pacientes cardíacos no Acre, que ficariam sem assistência caso o contrato não fosse renovado. Ao que parece até o momento não foi.