Durante discurso na Câmara Municipal de Rio Branco nesta quinta-feira (12), o vereador João Marcos Luz (PL) reagiu à representação do procurador da República, Lucas Costa, que pede ao Ministério Público Estadual que seja avaliada a propositura de ação penal contra o parlamentar pela possível prática de crime de homotransfobia praticado em vídeo publicado no Instagram.
Para João Marcos, “a acusação parece ser feita tomando por base divergências políticas e aparente advocacia para o movimento LGBTQIA+. O texto divulgado pelo procurador traz distorções e pré-julgamentos, além de tentar gerar ódio baseado em interpretação equivocada”.
O procurador entende que no vídeo divulgado o vereador atrela a Parada do Orgulho LGBTQIA+ a uma agenda perversa: crianças em meio a nudez, bebidas alcoólicas, drogas e ao achincalho de imagens religiosas.
“O discurso se esforça para provocar respostas emocionais de raiva e indignação em sua audiência”, afirma Lucas Costa.
Para o MPF, o pânico moral é um conveniente capital político. Ao pedir a seus seguidores que o apoiem na fiscalização de uma lei que sequer foi sancionada – e, posteriormente, vetada pelo prefeito de Rio Branco, o vereador se situa na posição de defensor da moralidade e projeta um grupo social, em contraponto, como a ameaça. Para isso, recorre a ideações estigmatizadas da população LGBTQIA+, incitando o ódio coletivo contra esse grupo.