Um dia após ser enterrada as duas CPIs da Educação, o clima entre os deputados é de silêncio. Os parlamentares de oposição e membros dos independentes não engoliram com naturalidade a retirada das assinaturas do pedido de CPI apresentado pelo deputado Daniel Zen (PT), que visava investigar a má aplicação de recursos na Educação.
O deputado Jonas Lima preferiu não comentar nenhuma declaração dos colegas. Optou pelo silêncio. Jonas tem empresa ligada à família em contratos com o governo, a Lima Pinheiro. A retirada da assinatura de Jonas Lima da CPI não era tão esperada quanto à retirada de integrantes do MDB, que na última semana o partido fechou questão com o governo Gladson Cameli.
Nos bastidores da Aleac comenta-se que Jonas e Calegário foram para o sacrifício e por tabela tiraram do imprensado Roberto Duarte, Meire Serafim e Antonia Sales. Ontem mesmo, em Brasília, Roberto Duarte sentou com o presidente nacional do MDB, Baleia Rossi. O senador Marcio Bittar, uma espécie de porta-voz do MDB acreano, mediou o diálogo que contou com a presença da deputada federal Jéssica Sales. A conversa foi definida por Bittar “por um sentimento de união”, leia-se na entrelinhas: apoio irrestrito ao governo Gladson a partir de agora.
A CPI da Educação foi ficando para trás e agora, os partidos se realinham pensando em 2022. Mas, a fatura do presidente Nicolau Júnior pode ser amarga nos próximos dias, por ter protelado ao máximo a publicação dos requerimentos. Interlocutores dizem que Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal, tende a votar pela inconstitucionalidade do texto da Constituição Estadual, vetando a reeleição da Mesa Diretora. O processo está pronto na mesa de Fachin, que assim que delinear seu voto levará ao plenário da Corte. O pedido é forte: do procurador-geral da República, Augusto Aras.