Os militantes dos partidos que comamdam o governo do Acre acreditam que chegou o fim da relação ideológica "com quem provocou intolerância, desrespeito e ataques pessoais". Pelo menos esse foi o recado dado pelo governador Gladson Cameli a secretários, deputados da base na Assembleia Legislativa do Acre e presidentes de autarquias.
Josinete Gomes dos Santos pode ter sido a primeira comissionada a sofrer o processo de ‘despetização’ na gestão Cameli. Além dela, a Casa Civil anunciou na tarde desta segunda-feira (25) a exoneração da esposa de Jackson Marinheiro, Tayle Maria Sena Dourado.
O governador quer até a próxima sexta-feira (1) uma relação das nomeações que provocaram constrangimentos ao Palácio Rio Branco, por representarem quadros ligados à cozinha do ex-governador Tião Viana.
Com relação as nomeações desse perfil que já foram feitas, de acordo com o que o Notícias da Hora apurou, serão revisadas à mando do governador Gladson Cameli. Amanhã o Diário Oficial já publicará as primeiras exonerações, entre elas, a esposa de Jackson Marinheiro, Tayle Maria Sena Dourado e Josinete Gomes dos Santos Brasil.
Cameli alegou constrangimentos para ele e o vice-governador Major Rocha com algumas nomeações indicadas por secretários, deputados da base aliada e presidentes de autarquias. Autorizou uma “revisão” nas nomeações que já ocorreram. O chefe do Palácio Rio Branco quer tirar do mapa administrativo pessoas que em sua trajetória trouxeram intolerância, desrespeito e ataques pessoais demonstrando “marca ideológica” e não comprometimento com os interesses do Estado.
A medida pode frear a nomeação de outro petista de carteirinha, Carlos Rezende, que foi secretário nas gestões de Binho Marques e Tião Viana. Rezende seria da cota do deputado estadual Luiz Tchê, PDT, estava cotado para assumir a Agência de Negócios do Acre.
O governador confirmou que pessoas com suspeitas de corrupção também serão varridas de sua gestão, independente de que partido pertençam. Na última sexta-feira (22) a nomeação de Tayle Maria Sena Dourado sacudiu as redes sociais. Aliados e militantes dos partidos que formaram a aliança que ajudou a construir a vitória de Gladson Cameli criticaram o fato de Tayle ser esposa do ex-diretor da Emurb, Jackson Marinheiro, denunciado pelo Ministério Público do Acre por comandar um suposto esquema de corrupção na Empresa Municipal, nas gestões dos ex-prefeitos Raimundo Angelim e Marcus Viana, ambos do PT. Tayle foi nomeada com CEC-4 para Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
No caso de Josinete dos Santos, nomeada com CEC-6 na Fundação Hospitalar do Acre, foi detectado que a mesma fez campanha velada no órgão que trabalhava anteriormente. O decreto 887 que nomeou Josinete foi tornado sem efeito na tarde de hoje.
Para o governador, algumas nomeações trouxeram desgaste e prejuízos ao seu nome e ao nome de todos que trabalharam pela nova gestão. Ele pediu a compreensão e união de todos pelo Acre.
O outro lado:
As servidoras Tayle Maria Sena Dourado e Josinete Gomes dos Santos Brasil não foram encontradas pela reportagem para falar sobre o assunto.