O juiz de direito do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Fábio Alexandre Costa, afirmou que a realidade vivenciada no Acre, hoje, é bem diferente de 2013, quando ele chegou ao estado. Natural do Rio Grande do Norte, o magistrado disse que houve uma “escalada vertiginosa” das facções criminosas no território acreano.
“Sei que não é uma missão fácil, muito pelo contrário. Vivenciamos aqui um momento complicadíssimo no estado do Acre. Quando cheguei aqui em dezembro de 2013 dizia com orgulho e felicidade para os meus pais como era bom viver aqui no estado do Acre. Ainda é bom, estou falando no aspecto da segurança pública. Dizia a meu pai: ‘pai, aqui eu posso parar num sinal, de madrugada, com vidro baixo, sem ter risco de ser roubado aqui’. Hoje, já não podemos dizer a mesma coisa".
E acrescentou dizendo: “Pela experiência que nós temos aqui, adquirida ao longo desse tempo em varas criminais e atuando também nos presídios, observamos a escalada vertiginosa das organizações criminosas aqui no estado do Acre. Pessoas que nada tem a ver com o crime, pessoas de bem sendo obrigadas a guardar armas e drogas dentro de casa para as facções criminosas, sob pena de serem expulsas ou terem suas casas incendiadas. Policiais militares, também, com medo, tendo que se mudar às pressas para outro local, justamente temendo por sua vida e a vida de seus familiares. Temos consciência de tudo que está acontecendo aqui no estado do Acre”, disse o magistrado.
A fala de Fábio Alexandre foi proferida durante a audiência pública, promovida pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Acre, a pedido do deputado Arlenilson Cunha (PL), na última quinta-feira (25).