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POLÍTICA

Líder da ‘bancada dos mudos’, deputado do PSL preside comissão de Direitos Humanos

O deputado Wendy Lima (PSL), filho do atual vereador e ex-deputado estadual N Lima (PSL), tomou posse no último dia 1º de fevereiro a seu segundo mandato na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac). Como ele conseguiu a proeza da reeleição é desconhecido, já que durante os primeiros quatro anos no cargo teve um mandato praticamente apagado.

Entre jornalistas que realizam a cobertura semanal da Casa, ele ganhou o apelido de líder da “bancada dos mudos”, formada pelos parlamentares que nunca ou quase nunca sobem à tribuna do plenário para proferir algum discurso - e que, assim como Wendy, têm o mandato renovado nas urnas.

Para coroar seu retorno ao Parlamento, o deputado do partido do presidente Jair Bolsonaro foi agraciado com a presidência de uma das comissões de maior valor simbólico dentro da Aleac: a de Direitos Humanos. Saber qual foi o critério que levou o parlamentar a ocupar tal função é outro mistério em seu currículo político.

Ao o líder do governo, Gerlen Diniz (PP), e o da oposição, Edvaldo Magalhães (PCdoB), anunciarem na quarta, 26, os nomes dos presidentes e vices das 12 comissões permanentes, foi informado que um dos pesos colocados na balança foi a afinidade dos parlamentares com cada assunto temático das comissões.

O novato Cadmiel Bonfim (PSDB, sargento da Polícia Militar, é o presidente da Comissão de Segurança Pública. O bacharel em direito Gerlen Diniz comanda a Comissão de Constituição e Justiça, responsável pela análise legal de todos os projetos em tramitação na Casa.

Os dois casos se enquadram em tal definição. Até o momento, contudo, não se sabe a afinidade de Wendy Lima com a pauta de Direitos Humanos. Os membros de seu partido - tanto no plano local quanto nacional - têm pouco apreço pelo assunto. Eles não veem direitos humanos com bons olhos, dizendo que eles existem mais para proteger bandidos do que os ditos “cidadãos de bem” – o batido clichê tão repetido pela extrema-direita em voga no país.

Além desta falta de identidade do parlamentar e de seu partido com o debate dos direitos humanos, ainda há sua atuação apagada enquanto “representante do povo”, ficando omisso nos últimos quatro anos nos debates mais importantes de interesse da sociedade acreana, e que desaguaram dentro da Casa das discussões e da oratória que é o Parlamento.