Um estudo elaborado pelo Ipea revela que a ligação entre Cruzeiro do Sul, no Acre, a Pucallpa, em Ucayali, no Peru, segue em debate nos foros de discussão. A construção da rodovia possibilitaria ao Acre uma nova rota com o Peru, acessando a capital peruana, Lima, por meio da Carretera Federal Peruana Federico Basadre.
Além disso, segundo o estudo ‘Fronteiras do Brasil, o Litoral em sua Dimensão Fronteiriça’, a rodovia agilizaria conexão com possibilidade da intermodalidade com vias fluviais dos rios Ucayali e Juruá.
“Todos esses projetos trazem promessas de facilitar a circulação, favorecer fluxos de exportação, modernizar as vias, a logística e os portos, promover a articulação com países vizinhos e a integração regional com os mercados internacionais. No entanto, para a população local, conforme relato de participantes das atividades da pesquisa Fronteiras do Brasil,7 em realização pelo Ipea, está havendo um retrocesso nas estratégias de desenvolvimento na área fronteiriça, que desconstrói conquistas de períodos de integração histórica entre Brasil e países vizinhos, e que aumenta cada vez mais os danos do isolamento, pela distância dos centros de decisão e desatenção do Estado”, diz trecho da publicação feita em dezembro de 2023.
Atualmente, o acesso ao Peru é feito pela BR-317 até Assis Brasil, no Acre, acessando a cidade de Iñapari, no Peru, integrando-se à rodovia Interoceânica Sul, incorporando um trecho de 393 km da rodovia PE-30C, que liga Iñapari-Puerto a Maldonado-Mazuco. De Mazuco se abrem duas variantes: a rodovia PE-3S, que dá acesso a Cusco-Abancay-Nazca até San Juan de Marcona, localizada no departamento costeiro de Ica (1.034 km). Há ainda outra rota: a PE-34B, que passa por Juliaca-Puno-Arequipa até o porto de Matarani, localizado na costa do Pacífico, Departamento de Arequipa (756 km).