O presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender o veto parcial ao Projeto de Lei (PL) que proíbe a saída temporária de presos em datas comemorativas.
Em entrevista à Rádio Meio, de Teresina (PI), Lula comparou sua experiência pessoal como detento durante 580 dias na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) à situação de outros presos.
"A decisão da saidinha foi uma decisão unipessoal, foi uma decisão moral minha, muito moral, porque eu sabia que todos os deputados queriam que eu não vetasse, deixasse passar. Você não tem noção do prazer quando eu recebia meus filhos para me ver. Agora, você proibir uma família, mulher e filhos, de receber o marido porque ele cometeu um delito? Sabe, você não está apostando na recuperação dele", afirmou o chefe do Executivo.
O veto parcial de Lula ao projeto, motivado por um pedido público do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, foi posteriormente derrubado pelo Congresso Nacional na sessão de 28 de maio.
A controvérsia em torno da legislação das 'saidinhas' continuou com uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que determinou que a nova lei não pode retroagir para afetar os detentos que já tinham direito ao benefício.