O jornal O Estado de São Paulo informa neste domingo que pelo menos 16 deputados federais e senadores indicaram R$ 181 milhões para regiões aleatórias, onde não estão suas bases, em um suposto esquema montado pelo governo Bolsonaro em troca de apoio.
Entre esses parlamentares está o senador Márcio Bittar (MDB/AC).
Um planilhão de R$ 3 bilhões do governo liga o senador a repasses de R$ 50 milhões, ao todo. Nem um centavo para o Acre. Tudo foi empenhado para municípios de Goiás e Ceará.
Ao Estadão, Bittar disse que precisaria se informar com o seu chefe de gabinete sobre o questionamento feito pela reportagem a respeito de repasses para fora do Acre.
“Não tenho a menor lembrança disso”, disse, sobre as indicações de dezembro de 2020. Em seguida, porém, minimizou a importância de se apontar a autoria das indicações. “O que importa se foi indicação do Zé, do Pedro ou do Manoel? O que importa não é se foi usado o dinheiro público para uma obra e foi feito bem feito?”, disse Bittar.
A aparição do nome de Bittar na lista dos parlamentares que encaminharam recursos para Estados que não são sua base já não é inédita. A revista Crusoé informou em uma reportagem especial que o senador do Acre destinou R$ 20 milhões em dezembro passado a Gameleira de Goiás, porém o dinheiro nunca chegou ao seu destino.