"Parei de tomar Jack Daniels por culpa do PT. Marcus Alexandre e Ney Amorim me fazem beber Ypioca agora". A cobrança pública com ar de ironia do marqueteiro David Sento-Sé no Facebook surpreendeu e foi um dos assuntos mais comentados do fim de semana no meio político e na opinião pública.
Ao Notícias da Hora, o sócio-proprietário da Companhia de Selva, a empresa que comandou durante anos a publicidade dos governos do PT do Acre, detalhou que Marcus Alexandre, candidato petista ao governo derrotado nas eleições passadas, deve à empresa R$ 350 mil de um contrato de campanha de R$ 700 mil. O petista pagou apenas a metade do valor contratado. Foi esse dinheiro, aliás, no período eleitoral que evitou o corte de energia do prédio da Companhia de Selva.
"A Eletroacre veio para cortar a luz e eu avisei que a gente ia parar com tudo. Foi quando foi pago os R$ 350 mil do contrato. Aí eu peguei alguns fornecedores, a luz...".
Já Ney Amorim, hoje ex-PT, que foi candidato a senador pelo partido, deve R$ 250 mil.
O calote petista não foi negado pelo atual presidente do PT, Cesário Campelo Braga. Ele admite a dívida. "Como essa eleição foi feita com fundo eleitoral, e o fundo eleitoral é depositado direto na conta do candidato, o candidato é parte da dívida. Eu não sei como é que está a relação. Como ele está tratando isso com os companheiros que foram candidatos."
Nem Marcus Alexandre e tampouco Ney Amorim atenderam aos telefonemas da reportagem do NH.
David Sento-Sé disse que vai entrar na Justiça para cobrar a dívida de Marcus e Ney. Vivendo atualmente com uma certa dificuldade financeira, a Companhia de Selva possui alguns poucos contratos particulares e comanda a publicidade da prefeitura de Rio Branco.
"Não quero esse dinheiro para ir para Paris, não. Quero para pagar fornecedores. Água, marmita", afirmou.