Apesar do mimimi de vereadores...
O placar de 12 a 1, que causou a aprovação do projeto de lei que destinou R$ 2,4 milhões às empresas de transporte coletivo de Rio Branco, em outubro do ano passado, reflete o desejo da maioria dos vereadores: entregar dinheiro público à empresas privadas na tentativa de manter o sistema funcionando.
O voto contrário, da vereadora Michelle Melo (PDT), alertava que em poucos meses as empresas poderiam voltar a pedir dinheiro, num ciclo vicioso, e que apesar de entregar dinheiro às concessionárias, o colapso era praticamente certo. Na época, a parlamentar classificou que os veículos estavam na “UTI” à beira de morrer.
“Isso não garante que os trabalhadores recebam seus salário atrasados, nem mais ônibus para a população acreana. Não garante melhoria no serviço, e o presidente do sindicato dos transportes já confirmou que não há dinheiro para fazer investimento”, comentou a vereadora pedetista, única a votar contra a proposta.
Apesar das críticas dos demais vereadores, nenhum deles teve coragem de votar contrário à proposta do prefeito. Além de Michelle, Emerson Jarude (MDB), que se dizia contrário ao repasse, mas tem relações classe empresarial da cidade, faltou à sessão para participar de um campeonato de futebol dos advogados no Paraná. Rutênio Sá (PP), também estava em viagem. No dia da votação, Michelle Melo alardeou, sozinha, e sem sucesso, o risco da proposta.
Noutro campo, atendendo à orientação do prefeito Tião Bocalom, votaram a favor do repasse os vereadores Hildegard Pascoal (PSL), Antônio Morais (PSB); Adailton Cruz (PSB); Joaquim Florêncio (PDT); Fábio Araújo (PDT); Célio Gadelha (MDB); Lene Petecão (PSD); Samir Bestene (Progressistas).
Também votou a favor Arnaldo Barros (Podemos); Ismael Machado (PSDB); Raimundo Castro (PSDB); e Francisco Piaba (DEM). O presidente da Câmara Municipal, vereadora N. Lima (PP), por ser o chefe do Poder Legislativo, só vota em caso de empate, o que não ocorreu.
Neste domingo, dia 16, as empresas São Judas Tadeu e Via Verde decidiram suspender as atividades, amis uma vez, alegando que não têm dinheiro para continuar circulando os ônibus. Querem que a Prefeitura de Rio Branco destine mais dinheiro a elas, retirando recursos públicos de áreas estratégicas, para financiar o setor privados, enquanto faltam medicamentos e médicos nos postos de saúde.