A instrução normativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) que classifica o Acre como zona livre de febre aftosa sem vacinação foi publicada no Diário Oficial da União, nesta terça-feira, dia 11. De acordo com o documento, assinado pela ministra Tereza Cristina Dias, além do Acre, os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Rondônia e regiões do Amazonas e Mato Grosso também receberam o título, em virtude dos resultados exitosos de suas políticas de defesa sanitária animal.
Para o governador do Estado, Gladson Cameli, o reconhecimento é fruto de um esforço conjunto da equipe de governo, que não tem medido esforços para que o Acre alcançasse o status de zona livre de aftosa sem vacinação. “O Acre tem dado largos passos para o desenvolvimento e esse certamente marcará a nova era da economia acreana”, destacou Cameli.
O estado, que atualmente possui cerca de 3,5 milhões de bovinos que geram, por ano, renda de R$ 1,5 bilhão, tem vacinado seu rebanho há 20 anos ininterruptos com duas campanhas por ano, e já era reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial da Saúde Animal como zona livre de aftosa com vacinação há 14 anos.
Governador do Estado do Acre, Gladson Cameli, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Dias, durante a abertura da colheita da soja, no Acre, em 2019. Foto: Arquivo.
De acordo com o presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (Idaf), José Francisco Thum, o novo status sanitário vai abrir novos mercados com o reconhecimento e a valorização do rebanho acreano de forma abrangente, seja bovinos, bubalinos ou suínos: “Com certeza, essa certificação do Mapa trará muitos benefícios, tanto econômicos e como perspectiva de geração de novos empregos. O Plano Estratégico de Erradicação elaborado pelo Mapa teve início em 2017. Foram avanços lentos, mas constantes, envolvendo toda cadeia da pecuária acreana”.
Acre possui atualmente possui cerca de 3,5 milhões de bovinos que geram, por ano, renda de R$ 1,5 bilhão Foto: Arquivo.
Para o presidente do Idaf, o grande feito histórico foi alcançar 90% de declarações em maio, o que nas atuais circunstâncias de pandemia foi considerado “muito bom” pelo Mapa, pois estados como Goiás e Mato Grosso do Sul, com históricos de até 300 anos na pecuária, ainda não conseguiram esse título.
O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, ressaltou que a valorização do rebanho estimula os próprios pecuaristas a investir mais em recuperação de pastagens, melhoramento genético e adoção de tecnologias, gerando mais empregos, recolhendo mais impostos e melhorando a qualidade de vida no campo e na cidade.
“A iniciativa do governo do Estado de reestruturar o Idaf com o apoio da iniciativa privada foi fundamental para o alcance da certificaçã; todos os escritórios foram reformados, computadores e veículos novos foram adquiridos e houve a realização de concurso público para reforçar a equipe técnica em todo o estado”, explanou o secretário.