A informação publicada em janeiro deste ano, pelo Notícias da Hora, de que o governo brasileiro aceleraria a consolidação da Rota 3 – Quadrante Rondon, após as declarações do presidente norte-americano Donald Trump, a respeito do Canal do Panamá e possíveis acordo com a China incluindo Porto de Chancay, no Peru, se confirmou.
Em declaração ao jornal Folha de São Paulo, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse que é necessário “acelerar esse processo” de integração, com a chegada de Trump à Casa Branca.
"As rotas na América do Sul vão ganhar um grande holofote neste ano, mostrando a importância de termos estratégias e novas alternativas de rotas em um mundo globalizado que hoje está ameaçado por políticas mais protecionistas dos Estados Unidos", disse Tebet.
E acrescentou a ministra: “antes mesmo da eleição de Trump, nós já tínhamos uma necessidade de integração maior na América Latina, não por fim ideológico ou porque é a ordem natural das coisas com nossos irmãos sul-americanos, mas porque todos ganham com essa história e, hoje, temos de acelerar esse processo”.
De acordo com a Folha, além da Rota 2, que utiliza a hidrovia do Solimões para entrar no solo peruano e alcançar Chancay, o Planejamento trabalha na estruturação da Rota 3, que se dá por meio de rodovias que entram no país vizinho a partir de estradas já existentes no Acre, Rondônia e Mato Grosso.
O Porto de Chancay, no Peru, construído por investidores chineses, que terão 60% do controle do empreendimento, deve encurtar em um terço o tempo médio que a produção brasileira leva para chegar ao Oriente.
Simone Tebet disse que as conexões com o porto chinês no Peru trarão nova dinâmica econômica aos 11 estados brasileiros que fazem fronteira com os países da América do Sul.
"Num futuro próximo, o impacto que essas cinco rotas terão para o Norte, o Centro-Oeste e o interior do Brasil será algo equiparável ao efeito de uma reforma tributária", salientou.