A ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, afirmou em decisão no âmbito da 3ª fase da Operação Ptolomeu deflagrada pela Polícia Federal na quinta-feira (9) com o objetivo de investigar crimes de lavagem de dinheiro e corrupção no governo do Acre “que não se revela necessário, no presente momento, o afastamento” do chefe do Palácio Rio Branco.
A ministra relatou nos autos: “Registro que, embora haja fundados indícios de que o Governador G.L.C. integre organização criminosa investigada neste Inquérito, tendo possível ciência dos diversos crimes contra a Administração Pública praticados por servidores públicos e sendo, inclusive, supostamente beneficiário de grande soma de recursos públicos desviados do erário e que são incorporados ao seu patrimônio por meio da apontada prática de crimes de lavagem de dinheiro, constato, na esteira do parecer ministerial, que não se revela necessário, no presente momento, o afastamento do citado mandatário”.
Segundo a PF, a 3ª fase busca o ressarcimento de parte do valor desviado. O STJ determinou o bloqueio de quase R$ 120 milhões em bens dos suspeitos. Outras 15 empresas com envolvimento no esquema criminoso tiveram suas atividades suspensas. Além do bloqueio, a Justiça decretou medidas cautelares como a suspensão do exercício da função pública, restrição do acesso às sedes de órgãos públicos e impedimento de contato entre os suspeitos, além da proibição de deixar o país.
Na segunda-feira (13) ao falar sobre a Ptolomeu, durante solenidade de abertura do ano letivo em uma escola estadual, o governador afirmou que as pessoas afastadas do governo por determinação da Justiça no processo investigatório serão substituídas. Ele disse ainda que "não tem nada a esconder”.
“O Estado está aberto, quem não deve não teme. Vamos tocar a vida normal. Só não esqueçam que este para mais de um ano e meio essa situação, e eu já estou mais uma vez me colocando à disposição. Não tenho nada a esconder. Hoje mesmo vou fazer uma com a equipe de secretários para reforçar a transparência junto aos órgãos de controle. Vou cumprir todas a determinações judiciais. O que é determinado pela Justiça não se discute, cumpre-se.”