A ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Nancy Adrighi, indeferiu um pedido da defesa do governador Gladson Cameli (PP), no âmbito da Operação Ptolomeu, para prorrogar o prazo para apresentação de defesa no caso Murano.
A defesa do governador acreano alegou que só foi informada pelo STJ, sobre o tamanho necessário dos HDs para cópia dos espelhamentos dos dados coletados pela Polícia Federal, no dia 28 de fevereiro. Entretanto, a tese é contestada por Nancy Adrighi. De acordo com a ministra, a defesa de Gladson teve acesso aos autos desde a fase inquisitorial, ao inteiro teor dos elementos indiciários coletados, e sabia da necessidade de HDs com 12 terabytes. Esta informação, segundo a ministra, foi repassada por telefone à defesa do acusado.
“Consta, ainda, da referida certidão que o advogado do denunciado, mesmo ciente da capacidade mínima de memória necessária para cópia, compareceu à Coordenadoria, no dia 26/02/2024, com um “HD.” de 02 (dois) terabytes. Em 28/02/2024, a Coordenadoria da Corte Especial entrou novamente em contato com a defesa do acusado informando a necessidade de dispositivos de memória com capacidade de 12 (doze) terabytes, tendo o espelhamento sido concluído no dia 29/02/2024.”, disse a ministra na decisão.
Ao final, Nancy Adrighi mencionou que a defesa de Cameli levou apenas um dia para fazer o espelhamento das provas coletadas, ou seja, um dia antes de terminar o prazo para apresentação da defesa. Neste sentido, se “caso tivesse adotado comportamento mais diligente, teria, ao fim e ao cabo, 22 dias para examinar o material encaminhado pela Polícia Federal e apresentar a resposta à acusação”.
Os advogados do governador Gladson Cameli pediam mais 30 dias de prazo para encaminhar defesa sobre as acusações envolvendo a empresa Murano.