Os ministros do Superior Tribunal de Justiça negaram o pedido da defesa do governador Gladson Cameli de anulação das investigações da Polícia Federal no âmbito da Operação Ptolomeu. A defesa argumentou falhas na apuração policial, porém os ministros consideraram que a ação da PF obedeceu os procedimentos legais.
“Na hipótese dos autos, está bem caracterizada a legitimidade da medida de busca e apreensão, visto que, consoante elementos coligidos aos autos do inquérito policial, há prova mínima da materialidade e indícios de envolvimento dos representados nos fatos apurados, tais como: pagamento de propina em licitações; movimentações financeiras atípicas, dificultando a identificação da origem dos valores transacionados; integração por inúmeros agentes; estrutura bem ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, sendo o Governador do Estado do Acre o principal organizador e regente da orcrim; os crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro possuem penas máximas superiores a 4 (quatro) anos”, diz em seu voto a ministra Nancy Andrigh, relatora do caso.
Por telefone, o governador Gladson Cameli se limitou a dizer que ainda está conversando com a defesa. E que não detalhes do resultado do julgamento.
A Operação Ptolomeu foi deflagrada em 16 de dezembro do ano passado pela Polícia Federal e teve como alvo principal o governador Gladson Cameli. A investigação policial aponta a existência de crimes de corrupção e desvio de recursos públicos na ordem de R$ 828 milhões.