..::data e hora::.. 00:00:00
gif banner de site 2565x200px

POLÍTICA

MPF recomenda que Ufac promova ações para combater racismo contra indígenas

MPF recomenda que Ufac promova ações para combater racismo contra indígenas

Aumento de casos de racismo e discriminação étnico culturais chama a atenção

O Ministério Público Federal (MPF) recomendou à reitoria da Universidade Federal do Acre (Ufac) que desenvolva ações de combate ao racismo e à discriminação étnico culturais, em especial no tocante aos povos indígenas do Acre.

Para o procurador da República Lucas Costa Almeida Dias, as ações a serem promovidas pela Universidade se justificam em razão do registro do aumento de casos de racismo e discriminação étnico culturais no Acre, como apontam procedimentos em trâmite no MPF.

O MPF também registra na recomendação o caso de uma indígena que sofreu discriminação enquanto cursava Mestrado na Ufac. Este caso também consta do Relatório Violência contra os Povos Indígenas no Brasil - dados de 2019 (elaborado pelo CIMI - Conselho Indigenista Missionário), em que são denunciadas ainda situações envolvendo discriminação contra outros 73 indígenas no Estado do Acre (tópico racismo e discriminação étnico culturais).

A recomendação lembra também que o Estado Brasileiro adota por princípio o repúdio ao racismo, tendo como objetivos fundamentais “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” e “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, e assevera que que a inércia ou omissão quanto à adoção, pelo Estado e pela sociedade civil, de ações afirmativas que busquem promover a igualdade material de grupos sociais historicamente vulneráveis deve ser firmemente combatida.

Diante de toda a fundamentação apresentada pelo MPF, a Ufac deverá desenvolver ações com o objetivo de promover e implementar políticas públicas voltadas para os povos indígenas, bem como promover a cultura indígena, a partir de campanhas educativas, edição de cartilhas e materiais didáticos relacionadas às etnias presentes em nossa região, divulgação em redes sociais e promoção de eventos culturais relacionados aos povos indígenas.

Além disso, também foi recomendada a promoção de atividades e campanhas de conscientização no âmbito da Universidade, tanto voltadas a alunos quanto a servidores e professores, para esclarecer o legítimo direito das minorias étnicas à reserva de vagas (cotas étnico-raciais) e coibir atitudes discriminatórias ou de constrangimento.

A reitoria da Ufac tem o prazo de 20 dias para informar ao MPF sobre o acolhimento dos itens recomendados.