“Quando dei entrada no sistema, o nódulo era pequeno, com um tempo começou a crescer e passei a sentir muitas dores; foi um momento difícil. Recebi a ligação com alegria, pois sabia que ia parar de sentir dores, era uma esperança nascendo. A minha cirurgia foi tranquila e rápida, fui bem acolhido e bem cuidado; sou grato pela oportunidade”.
Com qualidade de vida conquistada graças ao mutirão de cirurgias iniciado em julho de 2022 pelo governo do Acre, por meio da Fundação Hospital Estadual (Fundhacre), o relato do paciente Luiz Martins comemora o procedimento de retirada de um cisto no joelho.
A ação, que operou pacientes de todo o estado, completou um ano de atendimentos em julho. Um de seus principais benefícios foi a redução do tempo de espera para cirurgias eletivas, pautadas na capacidade técnica, acolhimento e comprometimento com a humanização dos processos.
Atendimento aos pacientes é pautado pela capacidade técnica, acolhimento e comprometimento com a humanização dos processos. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
“Para alcançar esses resultados expressivos, foi adotada uma abordagem abrangente. Em primeiro lugar, uma análise detalhada da demanda e das necessidades dos pacientes em espera. Então foram estabelecidos critérios de priorização que levaram em consideração a gravidade dos quadros clínicos, a urgência das cirurgias eletivas e o tempo de espera já acumulado pelos pacientes”, relata a responsável da Central de Agendamento Cirúrgico (CAC), Glória Maia.
Evolução no número de consultas é constante. Imagem: Ascom/Fundhacre
Foram realizadas mais de nove mil consultas e 3.064 procedimentos, nas especialidades de cirurgia-geral, vascular, urológica, ginecológica, gastroenterológica, pediátrica e de cabeça e pescoço. “Todo o processo demonstrou o compromisso contínuo do governo em fornecer assistência cirúrgica acessível e de qualidade”, afirma João Paulo Silva, presidente da Fundhacre.
Uma ação em saúde que transformou vidas
A auxiliar de consultório dentário Francisca Jucelânia da Silva sofreu com pernas inchadas e doloridas, devido à necessidade de cirurgia para a retirada da safena.
Paciente do mutirão de cirurgias, Francisca Jucelânia Araújo da Silva. Foto: cedida
Ela faz o relato de sua experiência com a internação e cirurgia. “Desde quando entrei até o momento em que saí fui tratada como uma rainha, e isso tira toda a imagem que você cria. Não tenho nenhuma reclamação, só tenho a agradecer a toda a equipe, à gestora do acolhimento, ao maqueiro da Fundação, que nos carrega para cima e para baixo. Todo mundo trata a gente maravilhosamente bem; agradeço a todos”, diz.
Mariza de Almeida: “Agora, muitas pessoas conseguem fazer a cirurgia”. Foto: cedida
Mariza de Almeida, cozinheira, passou por cirurgia de vesícula: “ Agora, muitas pessoas conseguem fazer a cirurgia. A Fundação mudou muito depois deste governo e está muito bom”.
“Eu tenho muito medo de cirurgia e de médicos, mas fui tão bem acolhida, que senti segurança”, relata Jeane Carvalho. Foto: cedida
“Eles me ligaram e pediram para comparecer lá e ser incluída no mutirão”, conta Jeane Carvalho, que tinha um mioma. “Eu tenho muito medo de cirurgia e de médicos, mas fui tão bem acolhida, que senti segurança”, conta. Todo o seu processo foi rápido, com a chamada para internação logo após a realização de todos os exames necessários.
Humanização: cuidado em todas as fases da vida
O mutirão de cirurgias pediátricas foi um momento especial, atendendo crianças de todo o estado com a presença dos pais. Houve um envolvimento emocional e de cuidado.
Equipe Fundhacre no acolhimento durante o mutirão de cirurgias pediátricas. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
“Estou muito emocionada. Minha filha vem sentindo dores há dias. É gratificante chegarmos aqui e sermos acolhidas dessa forma”, relata Maria Lúcia Silva, que trouxe a filha Maria Fernanda Silva para realizar o procedimento cirúrgico de hérnia umbilical.
“É gratificante chegarmos aqui e sermos acolhidas dessa forma”, relata Maria Lúcia Silva, mãe de Maria Fernanda Silva, paciente pediátrica. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
Entenda o mutirão
A realização do mutirão de cirurgias eletivas foi determinada pelo governador do Acre, Gladson Cameli, visando atender a demanda reprimida e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Assim, em maio de 2022, o governo lançou o programa na Fundhacre, por meio de recursos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AC), no valor de R$ 15 milhões, além da emenda parlamentar do senador Márcio Bittar, no valor de R$ 10 milhões. Os primeiros procedimentos foram realizados em julho daquele ano.
“Nosso governo vem se empenhando para potencializar ações que viabilizem melhorias e ampliação no atendimento de saúde. E os mutirões de cirurgias da Fundhacre são um reflexo desse movimento que proporcionou bons resultados à população. O engajamento de todo o governo, lideranças políticas, imprensa e Ministério Público foi fundamental para o sucesso da iniciativa”, destaca o governador Gladson Cameli.
“Nosso governo vem se empenhando para potencializar ações que viabilizem melhorias e ampliação no atendimento de saúde”, destaca o governador Gladson Cameli. Foto: Diego Gurgel/Secom
Como princípio de lisura, a Fundhacre buscou então orientação dos órgãos fiscalizadores e de controle, para aplicar as melhores práticas na execução dos recursos. Outro ponto positivo para a legalidade do processo foi a parceria com a Secretaria Adjunta de Compras e Licitações (Selic), que conduziu todo o processo de chamamento público para o credenciamento de uma empresa que atendesse aos requisitos necessários.
O mutirão teve duas etapas e contemplou a prestação de contas e a entrega do book do mutirão ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AC), ao senador Márcio Bittar, ao Ministério Público do Estado (MPAC) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Linha do tempo referente ao mutirão de cirurgias. Imagem: ilustração/Fundhacre
“O contrato de um ano se expirou em julho e nós fizemos um aditivo até dezembro deste ano. As metas, referente as especialidades contratadas foram cumpridas, agora estamos em fase de planejamento para decidir quais tipos de especialidades podemos atender para realizar um novo certame e abrir para empresas interessadas”, explica a diretora-geral da Fundhacre, Duciana Araújo.
O que disseram as autoridades sobre o mutirão
Promotor de Justiça Ocimar Sales Júnior: “Imperioso que se continue envidando esforços”. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
“A iniciativa atendeu ao anseio da população, com a situação agravada em razão do enfrentamento da pandemia. Cada paciente da rede pública demandou, como sabemos, internação, consultas e exames pré-operatórios. Deste modo, o Ministério Público entende que esse grande esforço da unidade, com a empresa, potencializou os serviços ofertados e, muitas vezes, reduziu a entrada desses pacientes em outras unidades, em razão de crises e dores, por exemplo. É imperioso que se continue envidando esforços para que essa organização otimizada siga atuante.”
Ocimar Sales Júnior, promotor de Justiça que atua na 1ª Promotoria Especializada de Defesa da Saúde
“Milhares de pessoas já realizaram suas cirurgias”, diz o senador Márcio Bittar. Foto: Gleison Luz/Fundhacre
“Em primeiro lugar, quero dizer que acredito na gestão da Fundação Hospitalar do Acre e também na parceria com a atividade privada. Acho que, fundamentalmente, temos que buscar eficiência no serviço público, fazer com que ele chegue às pessoas. Tenho orgulho de participar desse mutirão, que me comove muito. Enquanto eu puder e tiver mandato, vão contar com minha participação. O resultado está aí: milhares de pessoas já realizaram suas cirurgias.”
Márcio Bittar, senador da República
“O Detran está comprometido em contribuir para a saúde das pessoas”, presidente do Detran-Acre, Taynara Martins. Foto: Marcos Vicentti/Secom
“O Detran está comprometido em contribuir para a saúde das pessoas, buscando soluções criativas e efetivas para lidar com os desafios relacionados ao trânsito e à saúde pública. Espera-se que novas medidas sejam adotadas para ampliar e aprimorar ações dessa natureza, beneficiando cada vez mais a população.”