O subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos requereu ao Superior Tribunal de Justiça, nesta quarta-feira (30), a venda de um avião e cinco carros de luxo de Gladson Cameli, mas o governador do Acre garante que o pedido não o “afeta”.
“Não me afeta. Está me dando é gás. A história vai dizer. A governabilidade não depende só do governador. Nós vamos cumprir a nossa meta. Um governador que tem medo de ser investigado não investe em segurança, não cria uma delegacia de combate à corrupção”, afirmou o governador referindo-se à Delegacia de Combate à Corrupção criada durante seu governo. A declaração de Cameli foi dada durante solenidade de inauguração do núcleo do Centro Integrado de Segurança Pública em Mancio Lima.
De acordo com laudo da Polícia Federal, os bens que o Ministério Público Federal quer alienar resultariam em um embolso de R$ 4,5 milhões. O pedido será analisado pela ministra Nancy Andrighi, relatora da Operação Ptolomeu no STJ.
Em nota, os advogados de Gladson Cameli consideraram o pedido do MPF um absurdo e uma “afronta às garantias individuais”.
“Por isso, a pretensão de alienação de bens no curso de um inquérito inconcluso, que se arrasta há 02 anos e 05 meses é absurda. Se existissem as provas que se diz já haveria conclusão do inquérito e oferecimento de denúncia. Isso é o lógico. Ao invés disso, se buscam medidas absurdas como esta, numa clara inversão da ordem processual e em flagrante desrespeito ao princípio do devido processo legal. O governador não foi sequer ouvido neste inquérito. O STJ certamente não acatará tal pretensão, pois isso seria uma afronta às garantias individuais e iria contra a sua própria jurisprudência”, acrescenta defesa do governador do Acre.