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POLÍTICA

Nazareth Araújo abre o jogo e revela que sofreu preconceito por ser mulher por colegas de partido: “me colocavam como a gata angorá do Tião Viana”

Nazareth Araújo abre o jogo e revela que sofreu preconceito por ser mulher por colegas de partido: “me colocavam como a gata angorá do Tião Viana”

Durante a sessão solene em homenagem ao Dia Internacional das Mulheres, proposta pela deputada Michelle Melo (PDT), a procuradora do Estado aposentada Nazareth Araújo fez um desabafo. Segundo ela, foi vítima de preconceito dentro do Partido dos Trabalhadores pelo simples fato de ser mulher. Os fatos, narrados por ela, ocorram em 2017, um ano antes das eleições de 2018. Nazareth era pré-candidata ao governo do Acre.

“Por muitas vezes eram agressões gratuitas. Uma pessoa do seu próprio partido chegar para você naquele ano de 2017, em que o Tião colocou as quatro pré-candidaturas, em que estava Marcus Alexandre, eu, Emylson [Farias] e Daniel Zen, chegavam para mim e diziam assim: ‘mas, por que a senhora acha que pode ser candidata a governo?’. Eu disse: ‘no mínimo porque eu já governo, né’. Por que para muitos homens o fato de uma pessoa estar no governo e outro ser vice, gera quase uma candidatura natural? E, por que para as mulheres não era assim? Se eu ajudei vários homens governar?”, questionou Araújo.

Ainda de acordo com a procuradora aposentada, que é filha do ex-governador José Augusto de Araújo, eleito pelo voto popular, mas cassado pela ditadura militar em 1964, quando foi anunciada para ser vice de Tião Viana ao governo do Acre, também sofreu preconceitos.

“Me colocavam, quando foi anunciado pela Frente Popular que eu era a vice-governadora, como a gata angorá do Tião Viana. Alguns dizem que eu fui agraciada pela natureza, eu também acredito nisso. Mas, você ser inteligente, você ter um posto, atuar na política, é demais para uma mulher. Se aceita isso para um homem, mas para uma mulher...hum...”, desabafou ao afirmar que seu trabalho como procuradora-geral do Estado foi esquecido, sendo evidenciado apenas sua beleza física.

“No momento em que eu abracei uma vida pública para uma representação política, era como se eu não fosse absolutamente nada. Nada! Era, como se eu não tivesse vencido a ação, depois de 40 anos, como procuradora-geral do Estado do Acre, eu fechei os limites do Acre para garantir o novo desenho da linha Cunha Gomes. Eu consegui alguns milhares de floresta a mais. Eu era procuradora-geral nesta época. Parecia que eu não tinha feito nada”, lamenta.