A reforma previdenciária proposta pelo governador Gladson Cameli essa semana, e que está em análise na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), não será mais discutida, nem votada nesta quinta-feira, dia 07. A informação, extraoficial, circula nos corredores da Casa de Leis. Fala-se que o presidente Nicolau Júnior está temeroso em colocar a matéria para a apreciação do plenário.
O Palácio Rio Branco mantém o silêncio desde a terça-feira, dia 05, quando as propostas de ajuste chegaram ao parlamento. Em meio à confusão causada pelos sindicalistas e servidores que resolveram invadir a Aleac, em protesto à forma com a qual o governo tenta aprovar as reformas, o governador resolveu silenciar. O líder do governo, Gehlen Diniz é contra a baixa.
O líder do governo na Aleac, deputado Gehlen Diniz, disse que a proposta é justamente para não haver questionamentos depois. “Não é que o governo vai tirar os militares, é que ainda não temos um espelho para nos basearmos. Já que o governo federal fez a reforma dos civis, vamos fazer dos civis. Quando houver dos militares, faremos também”, justifica.
Diniz destacou que já existem oito emendas que deveriam ser apresentadas já na quinta-feira, dia 07, mas caso a retirada de pauta seja confirmada no início da sessão de quinta, que deve iniciar às 10 horas, as discussões devem ficar para a terça-feira, dia 11, na primeira sessão da próxima semana. “Vamos continuar dialogando com quem quer dialogar”, pontou o deputado líder.
O deputado lembrou que o problema na previdência está além da retirada de recursos do fundo previdenciário ainda no governo de Orleir Cameli, episódio lembrado nesta quarta-feira pelos deputados de oposição. Diniz lembrou que outro problema que agravou o cenário foi a legislação que equiparou salários de professores que antes só tinha o magistério aos de nível superior.
“Boa parte dos professores formados nesse momento, quando pegou o nível superior, muitos no mês seguinte já pediram a aposentadoria. Não podemos atribuir esse problema a apenas um governador. Por mais de uma década, pegaram o dinheiro da previdência que era descontado do trabalhador e passaram direto para o Tesouro. Essa não é a hora de jogar a culpa em um ou em outro, mas de resolver essa questão”, conclui.