A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta terça-feira, 10, a 69ª fase da Operação Lava Jato. De acordo com o Ministério Público Federal, o objetivo é aprofundar as investigações sobre repasses financeiros suspeitos, realizados por empresas do grupo Oi/Telemar em favor de empresas do grupo Gamecorp/Gol, controladas por Fábio Luis Lula da Silva, Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna.
São cumprido 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito Federal — não há ordens de prisão. A ação é um desdobramento da 24ª fase da Lava Jato, em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi alvo de uma condução coercitiva para prestar depoimento.
A operação deflagrada nesta terça, batizada de “Mapa da Mina”, foi autorizada pela 13ª Vara Federal de Curitiba e apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, tráfico de influência internacional e lavagem de dinheiro. Segundo as investigações da polícia, o esquema era feito por meio de contratos de operadoras de telefonia, internet e TV por assinatura atuantes no Brasil e no exterior.
Os serviços contratados teriam sido realizados em “patamares ínfimos” ou não foram prestados. A Polícia Federal informou que o montante dos repasses apurado “até o momento” chega a 193 milhões de reais, realizados entre 2005 e 2016. Ainda não foi informado quem seriam os alvos desta nova fase da Lava Jato.
Na 24ª fase da Lava Jato, que deu origem a esta nova, os investigadores queriam esclarecer os favores e milhões de reais que o petista recebeu de empreiteiras enroladas no petrolão. Entraram na mira dos investigadores o tríplex no Guarujá, que a OAS reformou e mobiliou; o sítio em Atibaia, também equipado e reformado para uso de Lula; os 10 milhões de reais que empreiteiras pagaram à LILS, empresa de palestras do ex-presidente; e os 20,7 milhões de reais repassados por elas ao Instituto Lula.