O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) assumiu o Ministério de Minas e Energia nesta segunda-feira (2) e fez coro ao desejo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de reformular a política de preços da Petrobras .
Desde 2016, a empresa adota o sistema de PPI (preços em paridade internacional), que obriga o reajuste dos preços nacionais conforme a variação do petróleo, do dólar e de outras variáveis do mercado externo.
Silveira afirmou ser preciso "implementar um desenho de mercado que promova a competição, mas preserve o consumidor da volatilidade do preço dos combustíveis".
O ministro também defendeu a ampliação do investimento em refinarias. Para ele, o tema será prioritária na gestão.
"É muito difícil explicar ao povo brasileiro que somos o paraíso dos biocombustíveis e temos a riqueza do pré-sal, mas que ele ficará inevitavelmente à mercê dos preços das commodities internacionais", disse.
"Apesar de sermos, muito graças a Petrobras, o maior produtor de petróleo da América Latina, nossa capacidade de refino deficitária nos torna reféns da importação de derivados de petróleo e gás natural, deixando o mercado nacional exposto às constantes e abruptas oscilações internacionais de preços. Alguma coisa estamos fazendo de forma equivocada", completou.
Nesta segunda, as ações da estatal caíram mais de 6%, devido ao temor de investidores de uma possível intervenção federal na empresa. A Bolsa de Valores fechou o dia em queda de 3% .
Silveira anunciou também que pretende investir na transição para energia limpa, e afirmou que o Brasil terá destaque no setor.
O ministro prometeu retomar o programa Luz para Todos, criado na gestão Lula 1, para "exterminar a miséria elétrica".
Ele também manifestou solidariedade aos atingidos por desastres com barragens e disse que os recursos precisam ser "explorados de forma oportuna, sustentável e racional".