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POLÍTICA

“O autor do feminicídio é um cidadão comum. Ele é o cidadão de bem”, diz Patrícia Rêgo

“O autor do feminicídio é um cidadão comum. Ele é o cidadão de bem”, diz Patrícia Rêgo

Em audiência na Assembleia Legislativa do Acre, a pedido do deputado Daniel Zen (PT), nesta quarta-feira (8), a procuradora do Ministério Público do Acre (MP-AC), Patrícia Rêgo, coordenadora do Centro de Atendimento à Vítima (CAV), questionou os motivos que fazem o Acre o lugar menos seguro para uma mulher viver. Ela pontuou que é preciso mudar essa realidade. A taxa de feminicídio no estado está acima da média nacional há 4 anos.

“A gente precisa mostrar os números, as vidas que foram perdidas. Temos que estar em constante indignação. Em 2021, a cada 7 horas, uma mulher foi vítima de feminicídio no Brasil. A gente precisa refletir sobre isso. Não podemos naturalizar isso. O Acre encabeça essa lista há 4 anos, desde 2018. Isso é muito forte. A nossa taxa é de 2,9% há 4 anos, isso é muito. Por que no Acre é o lugar menos seguro para uma mulher viver?”, questionou ao afirmar que o tema é prioridade do Ministério Público, sob o comando do procurador-geral Danilo Lovisario.

Em outro ponto da sua fala, Patrícia Rêgo pontuou que a mulher vítima de feminicídio já sofria violência doméstica por parte de seus companheiros. “Nós não estamos falhando na repressão ao feminicídio, estamos falhando na prevenção. Feminicídio é um crime de ódio. O autor do feminicídio é um cidadão comum. Ele é o cidadão de bem, entre aspas. E de repente, ele mata a mulher. Se começa com a violência psicológica, patrimonial e física. A mulher que é vítima de feminicídio, certamente ela já vinha sofrendo violência doméstica”.

Outro dado apresentado pela procuradora deve ser analisado com reflexão. Das seis mulheres mortas em 2022, cinco delas não tinham medidas protetivas. “Pelo menos cinco não tinham medidas protetivas, não tinham ido à Delegacia”.