O governador Gladson Cameli publicou um vídeo nas redes sociais onde um dos quatro advogados que o defendem questiona a legalidade e objetivos do pedido apresentado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), pedindo que bens que seriam do governador sejam vendidos antecipadamente, para evitar prejuízos ao erário.
“Esse pedido de venda antecipada dos veículos do governador Gladson Cameli é um verdadeiro absurdo, é uma aventura jurídica. Essa investigação se arrasta há quase três anos. A Polícia Federal pediu várias prorrogações, e não chegou a nenhuma conclusão em relação ao governador. É totalmente prematuro”, diz o advogado do governador.
Na quarta-feira, dia 30, durante a abertura da Expoacre Juruá, em Cruzeiro do Sul, o governador sugeriu que o pedido o Ministério Público Federal (MPF), teria origem política. O governante acreano alegou, ainda, que há citação de bens que nem dele são, e que está pronto para continuar se defendendo.
“Isso é questão política. Estou pronto para responder o que quer que seja. Vou ao extremo que a lei me permite. Não existe isso na história. No mês que vem tem a nomeação do novo procurador-geral da República. Não precisa ninguém cometer excessos. Eu passei, enfrentei tudo que eu tinha que enfrentar. Eu tenho a chancela da democracia, porque eu fui reeleito. Mas eu vou me defender e não esqueço que sou um chefe de poder, e estou fazendo de tudo para a máquina rodar. Tem bens ali que não são meus. Tem coisa de quando eu era deputado federal. Não sou candidato a nada, senão a melhorar a vida do povo!”, frisou o governador acreano.
Gladson se refere ao pedido assinado pelo subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, que requereu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a venda de um avião e de cinco carros de luxo que seriam do governador Gladson Cameli. Os bens teriam sido listados na investigação da Operação Ptolomeu, onde Cameli figura como suposto líder de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do Governo do Acre.
De acordo com laudo da Polícia Federal, os bens que o Ministério Público Federal quer alienar resultariam em um embolso de R$ 4,5 milhões. O pedido será analisado pela ministra Nancy Andrighi, relatora da Ptolomeu no STJ.