O debate na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (14) foi pautado por questões voltadas à Saúde, porém a nova fase da Operação Ptolomeu, deflagrada pela Polícia Federal na última semana que teve como alvo o governador Gladson Cameli, secretários, empresários e ex-secretários de Estado, também esteve presente nas falas dos parlamentares.
O primeiro a falar sobre foi o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), líder da oposição. O parlamentar afirmou que a presunção da inocência deve ser defendida, porém não há como não comentar os fatos. Ele afirmou que os indícios apontam para novos desdobramentos.
“É preciso pelo menos ter bom senso. Dizer, como foi dito, que o governador não era alvo da operação, virou piada, se o governador ficou proibido de falar com quase 100 pessoas, de falar com o pai e com os irmãos, teve bens apreendidos, teve que devolver o passaporte. Quando apreende o passaporte é como dissesse: ‘olha, não fuja, não’. Os indícios indicam para outro rumo. Os indícios indicam que o terremoto primeiro terá outros desdobramentos”, destaca.
O deputado Adailton Cruz também falou a respeito da 3ª fase da Operação Ptolomeu. “Eu costumo agir com muita prudência e muita responsabilidade. Nem o presidente Lula que foi preso, condenado por dois anos, ainda assim eu não me manifestei sofre a situação dele. E hoje é presidente da República, trabalhando, ajudando o Acre, como é o caso da liberação dos R$ 600 milhões para a nossa BR-364. Nós até que se prove o contrário, acreditamos na presunção da inocência, mas não podemos deixar de acompanhar e vigiar alguns fatos que precisam ser corrigidos. Peço que o governador não deixe que a sua confiança seja traída por alguém que faz parte do corpo do governo, que esteja prejudicando”.
A líder do governo, deputada Michelle Melo (PDT), também comentou a respeito da Operação Ptolomeu. Disse que a Operação está na fase de investigação e que cabe à Polícia e à Justiça fazer isso. Rechaçou condenações antecipadas e políticas. Michelle Melo afirmou que o governador Gladson Cameli (PP) tem aberto as portas do governo e até da família para que as investigações ocorram sem nenhuma obstrução.
“Se fizermos uma breve reflexão, a Operação se estende há quase 16 meses de investigação. E necessário frisar a palavra investigação. Não temos processo instaurado, com réus, denúncia e culpados. Não houve nenhuma denúncia de obstrução à Justiça por parte do governador. Ele pede transparência, pede aos secretários que respondam à Justiça no prazo mais rápido possível. Eu tenho certeza absoluta que todos nós somos a favor da Justiça e dos órgãos de controle. Não podemos deixar de lembrar que há mais de um ano de investigação não houve nada que deixasse a ficha dele suja para a eleição de governador. Se não pesa condenação da Justiça. Se não pesa condenação, que não pese condenação de cunho político, de cunho de lacração. Então, são investigações e investigações a gente deixa para a Justiça”, completou.